quinta-feira, setembro 19, 2024
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Como o cérebro processa transições na música? Novo estudo traz respostas

Um estudo recente, realizado por pesquisadores da Universidade de Jyväskylä, na Finlândia, tentou compreender os complexos mecanismos por trás de nossas experiências musicais, inclusive a capacidade de encontrar prazer e significado na música.

Publicada na revista Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America (PNAS), a pesquisa focou especificamente na forma como o cérebro humano percebe os limites do fraseado musical, a maneira como as notas são agrupadas em unidades coerentes, parecidas com as frases de linguagem.

Os pesquisadores Iballa Burunat, Daniel Levitin e Petri Toiviainen são todos neurocientistas e músicos. Para testar suas hipóteses, eles mediram as respostas de imagens de ressonância magnética funcional de 18 músicos e 18 não músicos, durante a audição de peças musicais.

Como foi feito o estudo sobre música e cérebro?

Para entender a estrutura e o fluxo de uma composição musical, que nos permita desfrutar e ter prazer ao ouvir música, precisamos identificar e processar os limites musicais da mesma forma que dividimos a linguagem falada em frases para extrair um significado, propõem os pesquisadores.

Para testar essa hipótese, eles submeteram os participantes da pesquisa a sessões de ressonância magnética funcional. O procedimento permite observar em tempo real quais áreas do cérebro são ativadas durante a escuta musical, de forma a comparar os diferentes aspectos da música com o processamento da linguagem.

A equipe optou por usar três gêneros musicais contrastantes, não só para neutralizar possíveis vieses associados a estilos musicais específicos, mas principalmente aproveitar a diversidade dos estilos melódicos para tirar conclusões mais abrangentes sobre como os participantes respondem à música em geral, e não só a um único estilo.

O que o estudo concluiu sobre o processamento cerebral da música?

A ressonância magnética permite observar a atividade das áreas cerebrais enquanto a música é executada. • Rau et al

O estudo identificou diferentes padrões de atividade cerebral perto dos limites musicais, ou seja, “à medida que nos aproximamos de uma transição, áreas auditivas posteriores se preparam para a mudança. Durante e depois, a atividade cerebral muda para regiões auditivas médias e anteriores para processar novas informações, com desativação notável de regiões frontais”, explica Burunat.

Isso significa que o cérebro processa música em tempo real e reage às mudanças estruturais da composição à medida que ela se desenvolve. Nesse sentido, as frases musicais, sejam sequências de notas, padrões rítmicos ou progressões harmônicas, formam uma ideia musical completa. Estes limites impostos pelos padrões e regras são buscados pelo cérebro, tanto na linguagem como na música.

O estudo também apurou que músicos e não músicos apresentam pequenas diferenças na maneira como utilizam suas redes neurais. Enquanto o cérebro dos músicos desenvolveu áreas mais eficientes e especializadas para lidar com informações musicais, o dos não músicos envolvem recursos cerebrais mais diversificados e gerais para navegar pelos limites musicais.

Para Burunat, “isso demonstra a notável adaptabilidade do cérebro humano em como a expertise pode moldar e refinar a maneira como processamos sons”, conclui.

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Via CNN

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