sexta-feira, novembro 22, 2024
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Como astrônomos procuram sondas alienígenas próximas à Terra

Desde o lançamento do relatório do Pentágono em 2021, revelando objetos voadores não identificados nos céus dos Estados Unidos, conhecidos como Fenômenos Aéreos Não Identificados (UAP, na sigla em inglês), o interesse por OVNIs tem crescido. Em 2023, a NASA já constituiu um painel para investigar esses relatos, nomeando um diretor para a pesquisa desses fenômenos.

Uma recém-criada equipe no Pentágono também divulgou imagens de misteriosas esferas metálicas. O que talvez seja mais notável é que David Grusch, ex-oficial de inteligência, depôs sob juramento perante o Congresso dos Estados Unidos, afirmando ter entrevistado cerca de 40 pessoas envolvidas em programas secretos relacionados a OVNIs acidentados.

O interesse está voltado para a busca de objetos físicos alienígenas nos céus que, um dia, poderão nos dizer se estamos sozinhos na galáxia. Considerando que em nossa própria Via Láctea existem 40 bilhões de planetas do tamanho da Terra, a iniciativa humana, como o programa Breakthrough Starshot, busca alcançar a estrela mais próxima, Alpha Centauri, em poucas décadas, explorando métodos inovadores de propulsão.

Se os humanos podem enviar uma sonda para outra estrela, por que uma civilização alienígena não poderia enviar uma sonda para o nosso Sistema Solar? Essa sonda poderia chegar ao cinturão principal de asteroides e se esconder em um deles, ou até mesmo adentrar a atmosfera terrestre. Se observada, seria rotulada como um “OVNI”. Uma civilização capaz de produzir e enviar sondas poderia despachar milhões delas em missões exploratórias por toda a galáxia.

Alguns argumentam que essas sondas só poderiam existir se seguissem as leis da física e da engenharia conforme as compreendemos hoje. No entanto, a humanidade é uma civilização relativamente jovem, e nosso conhecimento está em constante evolução.

Não seria difícil imaginar que uma civilização centenas de milhares de anos mais avançada do que a nossa tenha aprendido mais sobre as leis da física ou desenvolvido algumas artimanhas de engenharia adicionais.

Se uma civilização evoluir para a inteligência artificial (IA), ela poderia sobreviver por milhões de anos, transformando a viagem lenta até uma estrela vizinha em algo trivial.

Desvelando OVNIs

Como testar se existem sondas extraterrestres perto da Terra e se podem estar relacionadas ao possível fenômeno OVNI? Existem várias opções. Analisar materiais de supostos OVNIs acidentados poderia fornecer uma prova irrefutável. Isso exigiria técnicas de ponta para determinar se esses destroços exibem características de fabricação exóticas ou distintamente diferentes.

Obter tais amostras exóticas, se realmente existirem, pode ser desafiador, pois rumores sugerem que estão em posse de empresas privadas. No entanto, uma nova legislação proposta nos Estados Unidos poderia oferecer uma solução para esse problema, exigindo que todos os materiais artificiais de inteligência não humana sejam entregues ao governo dos EUA.

Beatriz Villarroel, professora assistente de física na Universidade de Estocolmo, afirma em artigo publicado no The Conversation, que nos projetos que lidera, busca objetos artificiais não humanos observando breves flashes de luz no céu noturno.

Segundo ela, esses flashes curtos geralmente ocorrem quando uma superfície plana altamente reflexiva, como um espelho ou vidro, reflete a luz solar. No entanto, também podem resultar de um objeto artificial emitindo sua própria luz interna.

Tais flashes curtos às vezes se repetem e seguem uma linha reta à medida que o objeto gira no espaço durante sua órbita ao redor da Terra. É por isso que os satélites frequentemente aparecem como flashes de luz repetitivos em imagens.

Placas fotográficas históricas tiradas antes do lançamento do Sputnik 1 em 1957 revelaram a presença de nove fontes de luz (transientes) que aparecem e desaparecem em uma hora em uma pequena imagem, desafiando explicações astronômicas. Em alguns casos, as fontes de luz transitórias estão até alinhadas, assim como quando os flashes curtos vêm de objetos em movimento.

A descoberta mais recente desse tipo mostra três estrelas brilhantes em uma imagem datada de 19 de julho de 1952 (coincidentemente, na mesma época dos famosos avistamentos de OVNIs em Washington). As três estrelas nunca foram vistas novamente.

Projeto ExoProbe

  • A busca por sondas alienígenas nos céus modernos apresenta um desafio sério, mas necessário. Um novo programa de pesquisa, conhecido como ExoProbe, procura flashes de luz curtos de objetos alienígenas potenciais com a ajuda de vários telescópios.
  • Para verificar a autenticidade de cada flash, é necessário observá-lo em pelo menos dois telescópios diferentes.
  • Como esses telescópios estão separados por centenas de quilômetros, qualquer flash de luz causado por um objeto dentro do Sistema Solar interno permite a medição de paralaxe — o deslocamento aparente da posição de um objeto visto de dois pontos diferentes — e o cálculo da distância até o objeto.
  • O projeto ExoProbe também utiliza métodos próprios para filtrar flashes de luz entre os milhões de fragmentos de detritos espaciais e milhares de satélites que poluem o céu.
  • Ao adicionar um telescópio que captura espectros em tempo real (as distribuições de comprimento de onda da luz) dos objetos em um campo amplo, é possível analisar os transientes antes que desapareçam no nada.
  • Por fim, aumentar o número de telescópios aprimora ainda mais a precisão na medição de paralaxe e na determinação da localização tridimensional real do objeto.
  • O objetivo final é identificar qualquer objeto alienígena potencial e trazê-lo de volta à Terra para estudo adicional.

Via Olhar Digital

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