Eu não faço ideia de quando você vai ler esse texto, mas aposto que está calor por aí – se você estiver no Brasil. Estou escrevendo no início de setembro, ainda inverno, com os termômetros na casa dos 26 graus na capital paulista. Uma temperatura amena em relação aos últimos dias. Um suspiro antes dos 35 graus previstos para a semana que vem…
Em outras partes do Brasil, os meteorologistas falam em mais de 40 graus. E repito: em pleno inverno.
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Esse clima instável e seco não é exclusividade nossa. Como informamos aqui no Olhar Digital, há poucos meses, em maio, a Índia bateu o seu recorde de temperatura: 52 graus. Vários países da Ásia passaram pela mesma situação.
Na Europa, o Programa de Observação Copernicus informou que o continente passou, no verão de 2022, pela mais dura seca dos últimos 500 anos. E as coisas não melhoraram muito de lá para cá, segundo explicou a ministra da Agricultura do Chipre, Maria Panayiotou.
Um encontro, muitas preocupações
- Ela se reuniu nesta semana com outros ministros da área para discutir como enfrentar essa nova realidade – e, sim, eles já encaram como uma realidade, uma espécie de novo normal.
- Entendem que isso tudo faz parte do pacote das mudanças climáticas.
- Participaram do encontro representantes do Chipre, Croácia, França, Grécia, Itália, Malta, Portugal, Espanha e Eslovênia.
- Eles fazem parte de um grupo conhecido como MED-9, composto pelas nações que ficam na porção sul do continente europeu.
“A mudança climática é uma ameaça real à produção de alimentos em todo o mundo, e esse risco é ainda mais grave na área do Mediterrâneo”, disse o Ministro da Agricultura da Espanha, Luis Planas.
“Devemos combater a mudança climática e, ao mesmo tempo, adaptar as condições de trabalho de nossos agricultores a essa nova situação climática”, concluiu Planas.
Europeus apostam em tecnologia no campo
As autoridades se comprometeram a compartilhar dados técnicos e práticos e a lançar programas conjuntos de pesquisa para tornar o uso da água o mais eficiente possível.
A Ministra da Agricultura do Chipre, Maria Panayiotou, citou exemplos locais de sistemas de irrigação “inteligentes” e tecnologias relacionadas à energia solar que ajudam a proteger plantações, gerar eletricidade e economizar o uso de água em 30 por cento.
Já o Ministro da Agricultura português, José Manuel Fernandes, pediu mais financiamento da União Europeia para ajudar a financiar novas tecnologias de economia de água e criar novos incentivos para atrair jovens, “revitalizando” uma população agrícola envelhecida.
Os países devem agendar uma nova reunião nos próximos meses para atualizações sobre o tema. Pois, como dissemos, eles já encaram a seca e o calor como a nova realidade.
As informações são do EuroNews.