quarta-feira, janeiro 1, 2025
InícioDestaquecomo a China recruta agentes no exterior

como a China recruta agentes no exterior

Suborno, chantagem e acordos secretos. Essas são algumas das técnicas que governo ditador da China usa para atrair e reter espiões que vão trabalhar no exterior em favor do Partido Comunista. A missão dessa dessa gente é realizar operações de vigilância, coleta de informações e influência ao redor do mundo, descreve reportagem da revista The Economist com reprodução no jornal O Estado de S. Paulo.

A coisa é tão séria que os Estados Unidos, principal alvo dessa prática chinesa, criaram uma lei. O dispositivo exige que pessoas envolvidas em projetos políticos em nome de uma força estrangeira se registrem e declarem o que estão fazendo. Nos últimos anos, o Departamento de Justiça intensificou a aplicação desta lei. 

China: sob permanente vigilância

Desse modo, só em 2023, o órgão conduziu 25 inspeções do gênero. Foi o maior número desde 1985, quando se identificou vários casos de suposta espionagem envolvendo o nome da China. Com esse trabalho, os norte-americanos querem mandar um recado, que é a vigilância sobre potenciais agentes estrangeiros.

Linda Sun, ex-assessora do governador de Nova York, por exemplo, perdeu a liberdade em setembro por trabalhar como uma “agente não revelada” da China e seu Partido Comunista (PCC). Sun teria impedido reuniões entre autoridades taiwanesas e lideranças estaduais, removido referências a Taiwan das comunicações estaduais e atrapalhado os esforços para divulgar a perseguição da China a minorias étnicas. Em troca, ela teria recebido milhões de dólares em propinas e presentes.

A importância da influência política

O que pode parecer uma ficção típica de filmes da coletânea 007, está mais do que vivo no cotidiano internacional. As operações de influência da China, diz a revista britânica, geralmente ocorrem em uma área cinzenta. Um exemplo são os imigrantes chineses instalados em cidades norte-americanas. São estrangeiros que alcançam status de liderança em associações comunitárias e ganham poder para mobilizar eleitores antes de votações nos EUA.

Assim, constroem relacionamentos com autoridades locais, absorvem informações estratégicas e, depois, fazem viagens à China para encontros com autoridades do Departamento de Trabalho da Frente Unida, o braço do Partido Comunista que tem a função de impulsionar a influência da China no exterior. 

Essas atividades estão dentro da lei, desde que os organizadores atuem de forma independente. Mas a linha que divide a noção de trabalho voluntário e espionagem parece muito frágil. Boa parte dos chineses no exterior apoia o Partido Comunista ou está disposta a promover seus interesses porque isso ajudará seus negócios em casa ou manterá em segurança suas famílias na China. 

É somente quando recebem financiamento secreto, instruções ou supervisão de autoridades chinesas que eles cruzam a linha e se tornam agentes estrangeiros. Em 2022, por exemplo, o FBI prendeu o chefe de uma associação da cidade natal de Shandong. A prisão se deu não por causa de suas viagens frequentes à China ou da amizade com autoridades chinesas. O motivo foi a suspeita de que ele trabalhava com a polícia chinesa para repatriar à força outro imigrante.

Da mesma forma, em 2023, autoridades indiciaram dois homens chineses por supostamente trabalharem com a polícia chinesa na operação de uma “delegacia clandestina” dentro de uma associação da cidade natal de Fujian, em Nova York. Um deles se declarou culpado em 18 de dezembro.

Via Revista Oeste

MAIS DO AUTOR

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui