domingo, novembro 24, 2024
InícioPolíticaComissão do Senado aprova PEC da reforma tributária

Comissão do Senado aprova PEC da reforma tributária

Por 20 votos a favor e seis contra, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou, nesta terça-feira, 7, o relatório do senador Eduardo Braga (MDB-AM) sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma tributária.

Apenas o PL orientou voto contrário e o Podemos liberou bancada. Agora os senadores votam os destaques de bancadas sugeridos ao texto. Depois disso, a matéria segue para o plenário do Senado, onde deve ser apreciada em dois turnos com, no mínimo, 49 votos a favor.

O debate durou mais de cinco horas. Inicialmente, membros da oposição pediram ao presidente da CCJ, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), um tempo maior de vistas para analisar as novas emendas apresentadas por Braga — quase 30. A ideia era adiar a votação que ocorreu hoje.

+ Leia mais sobre a reforma tributária em Oeste

Contudo, Alcolumbre negou a solicitação, argumentando que só era permitido um pedido de vistas, que já foi concedido há algumas semanas. Mais cedo, Braga divulgou um documento com as emendas acatadas e rejeitadas. Ao todo, o senador recebeu mais de 750 emendas, mas acatou 247.

Em resumo, a reforma tributária unifica cinco impostos — PIS, Cofins, IPI federais, ICMS estadual e ISS municipal — para criar um imposto único federal, que vai ser chamado de Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), e o estadual, Imposto sobre Bens e Serviços (IBS). O IBS foi elaborado nos moldes do Imposto sobre Valor Agregado (IVA), que vigora em mais de 170 países.

Braga incluiu no texto uma “trava” sobre a carga tributária. Um limite que não poderá ser ultrapassado.

Esse teto será a média da carga tributária aplicada entre 2012 e 2021 na proporção com o Produto Interno Bruto (PIB).

Será também criando um valor de referência sobre a carga e projetando os quatro primeiros anos de implementação, seja do CBS, seja do IBS, para aferir uma média.

+ Leia mais sobre Política em Oeste

Conforme o relator, a média, comparada com o valor de referência, se for maior, obrigará a redução da alíquota. Se for menor ou igual, vai abrir espaço para a implementação de políticas públicas.

Durante a votação, membros da oposição destacaram o fato de Braga ter ouvido ambos os lados para elaboração do texto. Com o texto no plenário, o governo busca angariar o apoio de mais senadores para a PEC passar.

Oposição critica alíquota do IVA

Depois que o secretário extraordinário da reforma tributária, Bernaed Appy, afirmou que a alíquota do Imposto sobre Valor Agregado (IVA) deve ficar entre 25,9% e 27,5%, membros da oposição disseram que o valor se tratada do “maior imposto do mundo”. Atualmente, o maior IVA que existe é o da Hungria, em 27%.

Conforme o relator, o valor do IVA condiz com a “realidade do Brasil”. “A realidade do Brasil é outra, não é igual a nenhum outro [país]“, disse. “Estamos juntando em um IVA dual, cinco impostos de naturezas distintas.”

Cashback na compra de botijão de gás no texto da reforma tributária

No parecer de Braga também foi incluído a previsão de um cashback obrigatório para famílias de baixa renda na compra de botijão de gás — é um sistema em que parte do dinheiro é devolvido para o comprador.

A sugestão é do senador Messias de Jesus (Republicanos-RR). Na primeira versão do relatório, o relator já havia estabelecido o cashback nas contas de luz das famílias mais pobres. Os detalhes da proposta vão ser definidos por meio de uma lei complementar.

Via Revista Oeste

MAIS DO AUTOR

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui