Astrônomos vêm monitorando o cometa 12P/Pons-Brooks enquanto ele se aproxima do Sol para um encontro no domingo (21).
Sobre o Cometa do Diabo:
- O objeto espacial denominado de 12P/Pons-Brooks (12P) é um cometa criovulcânico;
- Ele é composto de uma concha dura e gelada cheia de gás, poeira e gelo e uma cauda feita do material que vaza do seu interior;
- Seu apelido “Cometa do Diabo” é devido ao formato de chifre que sua cauda assume quando ele entra em erupção;
- Ele tem uma órbita elíptica que dura cerca de 71 anos e vai atingir o periélio (ponto mais próximo do Sol) neste domingo (21).
E a pergunta que não quer calar é: o objeto sobreviverá ao encontro ou será engolido pelo fogo da estrela, como geralmente acontece com esses corpos celestes?
As chances de sobrevivência do cometa 12P/Pons-Brooks são promissoras, pois durante o periélio ele vai passar a cerca de 116,8 milhões de km do Sol, o equivalente a três quartos da distância entre a Terra e o astro.
Como sua órbita ao redor da estrela é de cerca de 71 anos, este não será o primeiro encontro dos dois. “Aparentemente, o cometa não sofreu efeitos nocivos de visitas anteriores ao Sol, e não parece haver nenhuma razão para que algo aconteça com ele durante sua aproximação atual”, disse o meteorologista e colunista de observação do céu Joe Rao ao site Space.com.
Isso quer dizer que, sim, depois do periélio, o cometa 12P continuará sua viagem pelo Sistema Solar, até voltar a aparecer nos céus da Terra em 2095.
Nem todo cometa que passa pelo Sol tem a sorte de continuar sua jornada. Quando a proximidade atingida é menor do que a distância entre a nossa estrela e Mercúrio (58 milhões de quilômetros), esses objetos são submetidos a uma dose muito maior de calor, que pode destruí-los.
A maioria dos cometas passa a maior parte do tempo nas regiões mais externas do Sistema Solar experimentando temperaturas que podem chegar até -400 graus Celsius. Quando se aproximam do Sol, podem aquecer muito rapidamente, sofrendo imenso estresse térmico. “Felizmente, o 12P/Pons-Brooks sempre fica longe o suficiente do Sol para evitar um cenário tão catastrófico”, disse Rao.
Nos últimos meses, a passagem do cometa 12P ofereceu uma rara chance para astrônomos profissionais e amadores vislumbrarem o objeto conhecido por suas espetaculares explosões de gás e poeira.
O problema é que a visão desse corpo celeste poderia ser atrapalhada por certos elementos um tanto “inconvenientes”, embora muito úteis, presentes em grande quantidade na órbita da Terra: os quase seis mil satélites da megaconstelação Starlink, serviço de internet de longo alcance da SpaceX. Veja aqui uma foto que foi prejudicada nesse sentido.