Nesta semana, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) promoveu um treinamento woke para seus funcionários, noticiou o jornal Gazeta do Povo, neste domingo, 12, depois de obter vídeos internos de servidores.
O objetivo da iniciativa: promover a inclusão e a diversidade. A empresa responsável pela atividade se chama Conexxões Educação.
Voluntária, a atividade garantiu um certificado aos participantes, que podem descontar horas de trabalho no TSE.
Em três dias, o TSE ofereceu os conhecimentos, por meio do evento chamado “Ciclo de Palestras: Empoderamento Feminino, Diversidade nas Organizações e Racismo Estrutural”.
Primeiro dia do treinamento woke do TSE
A psicóloga Rose Helen Shimabuku inicia a primeira parte do curso, na qual ressaltou a diversidade e a inclusão como fundamentais para a sociedade.
“O que muita gente chama de mi mi mi a gente chama de evolução”, disse. “A gente chama de cidadania.” Como recomendação para aumentar a diversidade, Rose defendeu a ampliação de todos os tipos de cotas, em todos os órgãos.
Ela também advertiu para os males da “gordofobia” ao exibir um vídeo do youtuber Caio Revela, de esquerda. Nas imagens, o homem com o cabelo cor-de-rosa veste uma camiseta sem marga, mostrando o umbigo, e um short colado. “Por que uma pessoa gorda não pode ser estilosa?”, interpelou o influencer.
O homem ensina ainda aos funcionários do TSE que o corpo dele é “válido”. “A questão não é o foco em emagrecer ou o foco em engordar”, disse. “A questão é que o corpo que eu tenho hoje é um corpo válido, que é um corpo que tá tudo bem com ele. É sobre isso.”
Empoderamento feminino
No segundo dia, na quarta-feira 8, a advogada Dione Almeida exaltou as mulheres e criticou o patriarcado. Ela também disse ser importante elogiar a si mesma, em público. Interpelada por um colega, certa vez, sobre isso, respondeu: “O que seu pai te ensinou serve para você, homem branco de classe média alta. Não se aplica a minha pessoa porque, se eu dependesse de alguém falar que eu sou ótima, eu teria sucumbido”.
Racismo estrutural
No terceiro e último dia, a advogada Rogéria Silva iniciou sua exposição afirmando que o racismo estrutural é “sistêmico”.
Uma das razões para o fortalecimento dessa estrutura é o capitalismo. “E o capitalismo está sempre ali, no meio disso tudo”, observou a especialista. “É explorar até matar.”
Ela afirmou ainda que o racismo é a regra, não exceção. Tudo é racista e o capitalismo se aproveita disso.
Custo anual o TSE
Com aproximadamente 30 mil servidores, a Justiça Eleitoral dispõe de uma verba de R$ 10 bilhões para gastar neste ano. O valor ultrapassa o orçamento anual de cidades como Guarulhos (1,4 milhão de habitantes e orçamento de R$ 4,26 bilhões), Manaus (2,2 milhões e R$ 6,25 bilhões) ou Porto Alegre (1,5 milhão e R$ 8 bilhões) e é superior ao Produto Interno Bruto (PIB) de 5.459 dos 5.570 municípios brasileiros.
O montante inclui os gastos do TSE, que corresponde a mais de R$ 2 bilhões, dos 27 Tribunais Regionais Eleitorais (somados, R$ 6 bilhões) e do Fundo Partidário (quase R$ 1 bilhão). Mas não inclui o Fundo Eleitoral, que neste ano ultrapassou a marca de R$ 2 bilhões.
Embora as eleições sejam bienais, as despesas com a Justiça Eleitoral nunca diminuem. Em 2019, por exemplo, foram quase R$ 8 bilhões. Em 2018, R$ 9,5 bilhões e, em 2017 e 2016, R$ 7 bilhões por ano. Cerca de 70% desse orçamento financia despesas com pessoal, tanto da ativa quanto os aposentados.
“A Justiça Eleitoral é coisa nossa”, reportagem publicada na Edição 32 da Revista Oeste