Tudo sobre China
Carros elétricos convencionais andam, em média, por 480 quilômetros até suas baterias esgotarem. Mas existem carros elétricos de longo alcance (EREV, na sigla em inglês) que aguentam percorrer quase o dobro: em torno de 965 quilômetros. O segredo é um pequeno motor a combustão. Sim, gasolina mesmo.
Esse motorzinho tem apenas um propósito: recarregar a bateria automaticamente. E dá certo. Um exemplo de carro elétrico de longo alcance é o Li Auto L6, SUV de cinco lugares. Hoje, é um dos modelos mais vendidos na China.
Os EVs de longo alcance tornaram-se o sistema de propulsão de crescimento mais rápido para carros na China, o maior mercado mundial de veículos elétricos.
Para você ter ideia, as vendas de EREVs mais do que dobraram por lá no último ano. E atualmente representam 30% das vendas de híbridos plug-in do país asiático, segundo o serviço de pesquisa Bloomberg New Energy Finance (BNEF).
Os carros elétricos de longo alcance começarão a chegar aos EUA em 2025, quando a Stellantis, dona da Chrysler (entre outras marcas), lançar o Ramcharger – versão EREV da picape Ram 1500. Segundo a empresa, a picape terá alcance de 1,1 mil quilômetros. E está sendo “construída para atrair o público cético inteiro” para a era elétrica.
Um pouco de gasolina resolve muitos problemas dos carros elétricos
Os EREVs podem solucionar dois obstáculos enormes para a aceitação dos carros elétricos: preço e ansiedade por conta do alcance (aquela preocupação de “Será que meu carro vai aguentar a viagem? Será que vai ter onde eu carregar ele, se precisar?”).
Um EREV pode ser carregado ao ser plugado, igual EVs convencionais. Mas também pode ser abastecido com gasolina para alimentar um pequeno motor a gasolina que carrega a bateria enquanto o carro anda.
Ao contrário de alimentar as rodas, como faz num automóvel convencional ou híbrido, o motor a gasolina do EREV atua apenas como um gerador a bordo.
Mais barato, sem necessidade de revolução tecnológica
Na prática, isso significa que os EVs de longo alcance requerem apenas metade do tamanho de bateria de um EV tradicional. E isso reduz cerca de US$ 4 mil (R$ 22 mil, em conversão direta) do preço de um EREV em comparação com um veículo totalmente elétrico.
Especialistas automotivos ouvidos pela Bloomberg dizem que a tecnologia poderia ser ideal para alimentar SUVs e picapes, por exemplo. Além disso, não requer nenhuma inovação em baterias.
Um EREV depende de tecnologia existente que os fabricantes de automóveis já constroem: uma bateria de íon de lítio tradicional acoplada a um motor de combustão interna. Simples assim.