O inverno começou oficialmente nesta quinta-feira (20). A estação seguirá até o dia 22 de setembro e será um tanto quanto atípica. A previsão é de temperaturas acima da média e pouca chuva no território brasileiro.
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Menos dias frios
- Meteorologistas explicam que dois fatores serão os principais responsáveis pelas temperaturas anormais e chuvas irregulares.
- Em primeiro lugar, a persistência dos bloqueios atmosféricos fará com que um número menor de massas de ar frio consiga avançar para o interior do país.
- Além de impedir a diminuição das temperaturas, a circulação desses sistemas poderá, inclusive, causar ondas de calor em pleno inverno.
- Por outro lado, as águas aquecidas do Oceano Atlântico, resultado da atuação do El Niño, irão alterar os padrões esperados para o inverno, com menos frentes frias de grande intensidade chegando ao país.
- Isso não significa que não teremos dias frios no Brasil.
- No entanto, a duração deles deve ser menor do que o normal.
Atuação do La Niña e consequências para o Brasil
As previsão mostram que as massas de ar seco no interior do país devem dificultar o avanço do ar polar, que tende a ficar mais restrito à região Sul. Mesmo com mais períodos quentes do que frios, há maior potencial para geada (e até neve) nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, além do sul do Mato Grosso do Sul e algumas áreas de São Paulo em relação ao ano passado. Isso deve acontecer principalmente entre a segunda quinzena de julho e o início de setembro.
Os meses de agosto e setembro, por sua vez, tendem a registrar temperatura muito acima da média. Sim, isso significa que enfrentaremos ondas de calor mesmo no inverno.
Já as chuvas ficarão abaixo da média, especialmente na região Amazônica. A tendência é de baixa acelerada do nível dos rios até a primeira quinzena de outubro, com as marcas podendo ser tão baixas quanto observado na seca de 2023.
Enquanto isso, o litoral do Nordeste deve enfrentar altos volumes de chuva no mês de julho. Isso acontece em função das águas aquecidas do Oceano Atlântico.
Apesar da possibilidade de fortes chuvas, a previsão é de precipitação abaixo da média durante o inverno. Este cenário pode amplificar os impactos das queimadas, especialmente no Pantanal, com perspectiva de um maior número de focos de incêndio na comparação com 2023.
O inverno ainda deve registrar o surgimento do La Niña entre a segunda quinzena de julho e o início de agosto. O fenômeno tem o efeito inverso do El Niño e é caracterizado pelo diminuição igual ou maior a 0,5°C nas temperaturas águas do oceano.
No Brasil, o La Niña deve causar aumento de chuvas no Norte e no Nordeste, tempo seco no Centro-Sul, com chuvas mais irregulares, tendência de tempo mais seco no Sul e condição mais favorável para a entrada de massas de ar frio no Brasil, gerando maior variação térmica.