O Banco Central da Argentina anunciou nesta terça-feira, 14, uma nova redução na taxa básica de juros, que passou de 50% para 40% ao ano. A decisão foi tomada poucas horas após a divulgação da taxa de inflação de abril, que registrou um aumento de 8,8% nos preços.
Este é o primeiro mês, desde outubro de 2023, em que o índice inflacionário mensal fica abaixo de dois dígitos. Esta é a quarta redução de juros em pouco mais de um mês; as anteriores ocorreram em 2 de maio, 25 de abril e 11 de abril, cada uma com uma redução de 10%.
A autoridade monetária otimista
Diante do cenário, a autoridade monetária do país está otimista com a desaceleração da inflação mensal. Esta recente redução de juros faz parte das promessas de campanha do presidente Javier Milei (Partido Libertário-AR).
Conhecido por suas políticas liberais, Milei assumiu a presidência em um momento de pico da inflação, com o índice mensal de dezembro de 2023 em 25,5%. Desde então, a inflação tem mostrado sinais de desaceleração, com índices de 20,6% em janeiro, 13,2% em fevereiro e 11% em março. A redução para um dígito foi amplamente promovida pelo governo como um marco importante.
Durante os primeiros quatro meses deste ano, a inflação acumulada alcançou 65%, enquanto a variação dos últimos 12 meses subiu para impressionantes 289,4%. Em abril, a maior alta foi observada nas tarifas de serviços básicos, como água e eletricidade, que aumentaram 35,6%.
A divulgação da inflação de abril veio um dia após o Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciar que a oitava rodada de negociações sobre a dívida argentina progride bem. Segundo o FMI, o governo argentino apresentou resultados superiores às expectativas. Com isso, a organização deve autorizar em junho a liberação de US$ 800 milhões (R$ 4,1 bilhões).
Saiba mais
O FMI também elogiou a atual política de rigidez fiscal do governo Milei. Em um comunicado, o fundo destacou: “Ainda que tenha herdado uma situação econômica e social difícil e extremamente complexa, a firme implementação do plano de estabilização pelas autoridades permitiu avançar rápido no restabelecimento da estabilidade macroeconômica”.
As palavras do FMI refletem os argumentos utilizados pelos ministros de Milei para justificar suas medidas reformas econômicas.