O site “Morte à Democracia”, criado pelo jornalista Eli Vieira para ironizar o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi bloqueado nesta quinta-feira, 28.
Em entrevista a Oeste, o jornalista afirmou que não há um motivo que determine o bloqueio da página. Até o momento, ele não sabe de onde partiu a ordem para a suspensão.
Ele, contudo, acredita que o bloqueio pode ter partido de “uma decisão humana”. “O site estava funcionando”, disse. “Fiz os pagamentos, tenho os comprovantes. Não há motivos.” Para substituir o site bloqueado, Vieira criou o morteademocracia.censuranao.com.
Vieira criou o site para ironizar o STF
O jornalista criou o site depois de uma fala de Toffoli no julgamento de processos sobre o Marco Civil da Internet. O STF vai decidir sobre a regulação das redes sociais no país.
Na ocasião, o magistrado perguntou a uma advogada que representava uma das plataformas se o domínio “morteademocracia.com.br” poderia ser registrado. A jurista respondeu que “sim”. Depois, o ministro continuou: “E para retirá-lo do ar, dependerá de uma decisão judicial, em razão do artigo 19”.
Vieira disse a Oeste que criou a página para demonstrar “a fraqueza dos argumentos de Toffoli, que ignorou as palavras de uma especialista sobre os brasileiros serem livres para criar domínios como este”.
“O fato de o ministro ter argumentado com a insinuação de que não somos livres só demonstra que há um acordo ali”, afirmou o jornalista. “O acordo é entre Alexandre de Moraes e outros autoritários, como Flávio Dino e Cármen Lúcia, para derrubar o artigo 19 do Marco Civil.”
“Ministros não ouvem o argumento dos advogados”
Ainda segundo ele, os ministros não ouvem realmente o argumento dos advogados das plataformas das redes sociais. “E claramente já têm uma decisão pronta para limitar mais ainda as nossas liberdades.”
O repórter publicou várias reportagens e editoriais nacionais e estrangeiros que denunciam decisões controversas da Suprema Corte do Brasil. De acordo com ele, os textos deixam os visitantes do site concluírem por si mesmos qual é o respeito que ministros do STF têm pela democracia e pelas liberdades individuais.