Carlo Ancelotti mal desembarcou no comando da Seleção e já teve de encarar uma missão quase impossível: colocar ordem na casa.
E, pasmem, parece que começou bem!
Contra o Equador, vimos um jogo feio, truncado, com pouca coisa a se elogiar, é verdade.
Mas já foi possível perceber um detalhe precioso: a defesa não parecia uma peneira.
E isso, para quem vinha tomando sufoco até da Venezuela, já é um avanço e tanto!
Contra o Paraguai, aí sim, chegou a dar gosto de ver.
Não foi uma exibição de gala, longe disso.
Mas foi uma partida com cara de time grande!
Postura em campo, seriedade e pegada.
Tudo aquilo que a gente cansou de não ver com os técnicos que vieram depois de Tite.
E é aí que está a chave da mudança.
A verdade, minha gente, é que os jogadores da Seleção, quase todos vivendo o que há de mais sofisticado na Europa, pareciam não respeitar os professores que vinham direto do Brasileirão.
Talvez se achassem num estágio acima, que sabiam mais que eles…
Com Ancelotti, não.
Por que os jogadores respeitam Ancelotti
O italiano não chega a ser um Pelé dos técnicos.
Mas, convenhamos, dá pra colocá-lo na prateleira de um Messi ou de um Cristiano Ronaldo do ofício.
É nome de peso e currículo de respeito.
E, por isso mesmo, conseguiu algo raro: os boleiros voltaram a correr, a treinar sério e a se esforçar em campo.
Agora, que ninguém se engane: a geração atual está longe de ser brilhante.
É fraca, sim.
Mas tem talento o suficiente para, pelo menos, com MUITO EMPENHO, encarar qualquer seleção do mundo.
Insisto: com muito empenho!
Ok?
Agora, algo curioso me chamou atenção depois desses dois primeiros testes de Ancelotti: já surgiu uma turma crítica da chamada “Ancelotti-mania”.
“Ah, o cara vem de fora e já estendem o tapete vermelho pra ele”, ouvi por aí.
Bem, aí é bom lembrar que o brasileiro adora um oba-oba.
Tivemos, só este ano, oba-oba até para craque voltando ao Brasil visivelmente a passeio.
Então por que não se empolgar com um técnico multicampeão, respeitado no mundo inteiro e que, veja só, já começa dando sinais de organização em campo?
Aliás, se Ancelotti conseguir o que hoje parece impossível, que é ganhar a Copa do Mundo no ano que vem, é bom os críticos se prepararem.
Vão querer mudar até a Constituição para permitir que um estrangeiro dispute a Presidência da República!
E, sinceramente?
Seria até justo.
Se ele conseguir fazer essa seleção jogar bola, imagine só o que não poderia fazer com um país com tanto potencial quanto o nosso… (risos).