O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) esteve em uma manifestação que ele mesmo convocou neste domingo (25), na Avenida Paulista, em São Paulo.
Segundo Secretaria de Segurança Pública (SSP), cerca de 750 mil pessoas compareceram ao local. Já uma projeção feita pela Universidade de São Paulo (USP), estimou que 185 mil estariam presentes.
O evento contou com trios elétricos, segurança reforçada, ambulâncias e começou às 15h — mas apoiadores do ex-presidente já ocupavam parte da avenida desde o final da manhã. Autoridades políticas também marcaram presença, como:
- Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo
- Ricardo Nunes (MDB), prefeito de São Paulo
- Romeu Zema (Novo), governador de Minas Gerais
- Ronaldo Caiado (União Brasil), governador de Goias
- Jorginho Mello (PL), governador de Santa Catarina
- Nikolas Ferreira (PL-MG), deputado federal
- Gustavo Gayer (PL-GO), deputado federal
- Magno Malta (PL-ES), senador
Acompanhado do governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos) e da antiga primeira-dama Michelle, Bolsonaro chegou à avenida por volta das 14h40, e, assim como parte dos manifestantes, carregava uma bandeira de Israel.
O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, também esteve na manifestação, mas antes da chegada do ex-presidente. Costa Neto é investigado por suposto envolvimento em um plano golpista e está impedido pela Justiça de falar com Bolsonaro.
Em seu discurso, Bolsonaro falou sobre “pacificação” e passar “uma borracha no passado”.
“O que eu busco é a pacificação, é passar uma borracha no passado. É buscar uma maneira de nós vivermos em paz, não continuarmos sobressaltados”, disse.
Na sequência, ele pediu ao Congresso Nacional que um projeto de lei fosse feito para anistiar os presos pelos atos antidemocráticos do 8 de janeiro, que atacaram à Sede dos Três Poderes, em Brasília. Bolsonaro os chamou de “pobres coitados”.
“Nós não queremos mais que seus filhos sejam órfãos de pais vivos. A conciliação, nós já anistiados no passado quem fez barbaridade no Brasil. Agora, nós pedimos a todos 513 deputados, 81 senadores, um projeto de anistia, para que seja feita justiça no nosso Brasil”, defendeu.
Contudo, o ex-presidente alertou que aqueles que tivessem depredado o patrimônio deveriam “pagar” pelas ações. “E quem porventura depredou o patrimônio, nós não concordamos com isso, que pague”, adicionou.
Bolsonaro também rebateu as acusações de que teria planejado um golpe de Estado.
“Golpe é tanque na rua, é arma, é conspiração. É trazer classes políticas para seu lado, empresariais, isso que é golpe. Nada disso foi feito no Brasil”.
“E fora isso, por que continuam me acusando de um golpe? Agora o golpe é porque tem uma minuta de um decreto de estado de defesa. Golpe usando a constituição? Tenha a santa paciência”, prosseguiu.
Tarcísio afirmou durante sua fala que não era ninguém e que Bolsonaro apostou nele.
“Eu não era ninguém, e o presidente apostou em pessoas como eu, como tantos outros que surgiram, que tiveram posição de destaque, que ele acreditou”, disse Tarcísio de Freitas.
“Nunca pegou nada para si, nunca quis crédito, sempre entregou o crédito para quem trabalhava com ele”, prosseguiu.
De acordo com Tarcísio, Bolsonaro “não é mais um CPF, não é mais uma pessoa”, mas, sim, representante de um movimento.
O pastor evangélico Silas Malafaia foi um dos oradores do evento e disse que caso prendam Bolsonaro ele não será destruído, mas exaltado.
“Toda essa engenharia do mal, toda essa maldade contra Bolsonaro, covarde, ao arrepio da lei e da Constituição… Presidente, você com Deus é maioria sempre. E eu vou dizer uma palavra que eu disse para você algumas vezes no telefone. Eu não desejo isso pra você, mas vou deixar aqui uma palavra: ‘Se eles te prenderem você vai sair de lá exaltado. Você vai sair de lá exaltado. Se eles te prenderem, não vai ser pra sua destruição, mas para a destruição deles. Você vai sair de lá exaltado”, afirmou Malafaia.
Malafaia disse ainda que Bolsonaro é o “maior perseguido político” da história do país. O ex-presidente é investigado pela Polícia Federal por suspeita de ter tentado dar um golpe de Estado.
Ainda em seu discurso, Malafaia atacou ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). “Como um ministro do STF tem lado? Ele não tem que combater a extrema direita nem a extrema esquerda. Ele é o guardião da Constituição.”
Responsável por organizar e arcar com os custos do ato, Malafaia disse à CNN que os custos do evento foram de cerca de R$ 100 mil.
O ato contou com três trios elétricos. O “Trio Demolidor”, principal caminhão onde Bolsonaro fará seu discurso, foi alugado por R$ 55 mil. O Demolidor foi o mesmo utilizado por Bolsonaro no ato de 7 de setembro de 2022, quando ele ainda era presidente. O outro veículo vai abrigar senadores e deputados e custou R$ 19 mil.
O restante do dinheiro foi usado para contratar ambulâncias que ficarão no local durante o evento e grades de segurança.
*Sob supervisão de Douglas Porto
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