sexta-feira, novembro 22, 2024
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Colisões de buracos negros poderão ser detectadas com novas espaçonaves

A Agência Espacial Europeia (ESA) e a NASA estão planejando uma missão espacial que será lançada na próxima década e tem como objetivo detectar as ondulações do espaço-tempo que se formam quando objetos extremamente densos, como buracos-negros e estrelas de nêutrons, colidem. O projeto chamado Laser Interferometer Space Antenna (LISA) contará com três espaçonaves que irão trabalhar em conjunto para detectar essas perturbações.

  • As espaçonaves ficarão localizadas a cerca de 2,5 milhões de quilômetros de distância uma das outras emitindo luz laser;
  • Elas serão posicionadas de forma que possam formar um triângulo de luz, que permitirá detectar as distorções no espaço-tempo;
  • O LISA segue os mesmos princípios do experimento LIGO (Laser Interferometer Gravitational-Wave Observatory), que detectou ondas gravitacionais pela primeira vez em 2015.

O projeto LIGO

O detector LIGO é um observatório localizado na Terra que possui o formato de L, tendo dois braços com feixes de laser idênticos em seu interior, cada um com quatro quilômetros de comprimento.

Quando ondas gravitacionais atingem a Terra, o feixe de laser em um dos braços do observatório se comprime enquanto o outro se expande. No entanto, essa deformação é incrivelmente minúscula, algumas vezes com milésimos do tamanho de um próton ou um nêutron. Dessa forma, os detectores precisam ser incrivelmente sensíveis e quanto maior for o braço, mais sensíveis eles se tornam, e é isso que o LISA pretende ser.

A missão espacial LISA

O aumento da escala em milhares de vezes do LISA para o LIGO permitirá que os cientistas detectem ondas gravitacionais de baixa frequência, revelando colisões cósmicas que são atualmente inalcançáveis a partir da Terra.

Usando raios laser a distâncias de vários quilômetros, a instrumentação terrestre pode detectar ondas gravitacionais provenientes de eventos envolvendo objetos do tamanho de estrelas — como explosões de supernovas ou fusão de estrelas hiperdensas e buracos negros de massa estelar. Para expandir a fronteira de estudos gravitacionais, devemos ir para o espaço.

Nora Lützgendorf, cientista-chefe do projeto LISA, em comunicado

As três espaçonaves da constelação deverão começar a ser construídas a partir de 2025 e contarão com cubos de e ouro e platina com cerca de 5,5 centímetros cada, que irão disparar raios lasers nos sensores uma das outras, a milhões de quilômetros de distância. 

Qualquer mínima mudança no comprimento deles será comunicada aos cientistas, que poderão direcionar seus telescópios ópticos para observar a região. Na verdade, o LISA poderá dar aos cientistas meses de aviso antes que uma colisão seja visível, visto que as ondas gravitacionais se formam antes mesmo da colisão de objetos massivos.

Via Olhar Digital

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