Há apenas cerca de 100 anos, a humanidade fez uma descoberta revolucionária: a existência de outras galáxias. O responsável por isso foi o astrônomo Edwin Hubble, que, ao observar um tipo de estrela chamada variável Cefeida na galáxia de Andrômeda, conseguiu medir sua distância.
A partir dessa descoberta, a astronomia avançou significativamente, permitindo que os cientistas explorassem mais profundamente não apenas Andrômeda, como também os aproximadamente dois trilhões de galáxias estimadas no Universo observável.
Um dos fatos mais intrigantes sobre Andrômeda, a galáxia mais próxima da Via Láctea, é que elas estão em rota de colisão. Segundo a NASA, esse choque deve ocorrer em cerca de quatro bilhões de anos, quando Andrômeda, viajando a impressionantes 402.336 km/h, vai impactar frontalmente com a Via Láctea.
Sistema Solar sobrevive à colisão das galáxias, mas muda de lugar no cosmos
Essa colisão dará origem a uma nova galáxia elíptica, formada pela mistura das estrelas de ambas as galáxias fundidas. Apesar da magnitude do evento, há boas notícias: nosso Sistema Solar, incluindo a Terra, deve sobreviver, embora em novas coordenadas no cosmos. No entanto, essa previsão é baseada em observações que continuam sendo aprimoradas.
Um estudo disponibilizado no fim do mês passado no servidor de pré-impressão arXiv, ainda em fase de revisão, analisou os dados mais recentes obtidos pelos telescópios espaciais Gaia e Hubble, além de novas estimativas das massas das galáxias do Grupo Local, que inclui Andrômeda e a Via Láctea.
Com a pesquisa, os cientistas envolvidos tentaram entender melhor como esse grupo de galáxias vai evoluir nos próximos 10 bilhões de anos e identificar possíveis incertezas nessa evolução.
O estudo destaca que prever fusões galácticas futuras depende de compreender as coordenadas atuais, velocidades e massas das galáxias envolvidas. Além da força gravitacional, o atrito dinâmico, que transfere energia cinética orbital para energia interna, desempenha um papel crucial na preparação para essas fusões.
As incertezas sobre a posição e o movimento de Andrômeda e da galáxia Messier 33 (M33) sugerem que há uma chance significativa de que a colisão com a Via Láctea não ocorra nos próximos 10 bilhões de anos. De fato, o estudo aponta uma probabilidade de cerca de 50% de que não haja fusão.
Os cientistas responsáveis pelo estudo, no entanto, são cautelosos e destacam a necessidade de mais observações para determinar com precisão o futuro de Andrômeda e sua relação com a Via Láctea.