Às vésperas do aniversário de 60 anos do golpe militar de 1964, o Pacto pela Democracia — coalizão que reúne mais de 200 organizações da sociedade civil — cobrou o governo pela organização de atividades para relembrar o rompimento da democracia.
Uma mensagem questionando sobre o planejamento de ações para a data de 31 de março foi enviada à Secretaria-Geral da Presidência da República, à Secretaria de Comunicação Social (Secom) e ao Ministério dos Direitos Humanos.
“Consideramos este um momento crucial para a reflexão crítica sobre o passado autoritário do Brasil e para o fortalecimento da democracia no presente”, afirmou a coalizão na mensagem. De acordo com os autores, não houve resposta do Palácio do Planalto até agora.
O Pacto pela Democracia congrega diversas entidades que militam na área de direitos humanos, como a Conectas, o Nossas, o Instituto Democracia e Sustentabilidade, a Frente Ampla Democrática pelos Direitos Humanos.
Auxiliares do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disseram à CNN que ele mantém a disposição de não organizar atos de governo alusivos ao 60º aniversário do golpe.
Seria uma forma de ajudar no distensionamento das relações com Exército, Marinha e Aeronáutica. Paralelamente, as Forças Armadas se comprometeram com o Ministério da Defesa a não fazer nenhuma ordem do dia com referência ao dia 31 de março de 1964.
No governo de Jair Bolsonaro (PL), a postura foi oposta. Em 2020, a ordem do dia emitida pelo Ministério da Defesa tratou o golpe como um “marco para a democracia”.
No ano seguinte, o manifesto dos militares dizia que “liberdades democráticas que hoje desfrutamos” foram conquistadas a partir do momento em que as Forças Armadas assumiram “a responsabilidade de pacificar o país” por meio do golpe de 1964.
“É necessário que as novas gerações conheçam a história da ditadura militar, seus crimes e violações de direitos humanos, para que possamos fortalecer a democracia brasileira e evitar que episódios como este se repitam”, disse o Pacto pela Democracia na mensagem enviada.
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