sábado, novembro 23, 2024
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CNPq vai apoiar a formação de mulheres em ciências exatas

Um edital do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) saiu na última quarta-feira (6) no valor R$ 100 milhões para apoiar a formação de meninas e mulheres em cursos das ciências exatas, engenharias e computação. O objetivo da medida é estimular a diversidade na pesquisa científica. As informações são da Agência Brasil.

A iniciativa tem como foco meninas e mulheres matriculadas no 8º e no 9º ano do ensino fundamental e no ensino médio em escolas públicas, e também as que estão matriculadas na graduação de exatas, engenharias e computação.

A cientista Hildete Pereira de Melo alerta para como homens brancos são maioria, em todos os campos científicos, mas ainda assim, existem mulheres no meio, que estão sempre nos bastidores. “Você vai remexendo os baús da história, e você vai achando mulheres, só que elas estão escondidas”.

(Imagem: Gorodenkoff/Shutterstock)

Na história da ciência, mulheres estiveram envolvidas em descobertas e momentos importantes. Um grande exemplo é Marie Curie, nascida na Polônia em 1867, que foi a primeira mulher a ganhar um Prêmio Nobel e a primeira pessoa a ser premiada em duas categorias, química e física com pesquisas sobre radioatividade.

Também temos exemplo de pioneirismo feminino no cenário científico brasileiro, com Bertha Lutz, bióloga e diplomata tida como responsável por incluir a igualdade de gênero na Carta da Organização das Nações Unidas.

“A maior cientista brasileira, eu vou ousar dizê-lo, Johanna Döbereiner é a mulher que permitiu, pelas descobertas dela, que o cerrado brasileiro pudesse produzir soja, açúcar”, defende Hildete.

Mulheres estudam e buscam especialização, mas nem sempre alcançam cargos altos

  • Segundo dados da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), 58% dos 100 mil bolsistas de mestrado, doutorado e pós-doutorado no país são mulheres.
  • O número, no entanto, não representa a realidade dos cargos de chefia no país.
  • “A gente continua massivamente nas escolas, mas eu diria que as lideranças ainda são masculinas”, aponta Hildete.

Lygia da Veiga Pereira, uma das maiores cientistas do país no campo do estudo genético, reflete como há uma influência cultural que ainda limita as áreas de atuação da mulher em vários campos, incluindo o da ciência.

 “O que precisamos é que tirar essa coisa cultural subliminar de que isso não é coisa feminina, de que isso não é coisa para mulher, que você para ser cientista, você vai abrir mão de uma parte do feminino”, opina.

Imagem: metamorworks/Shutterstock

Via Olhar Digital

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