O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) concluiu o relatório em que acusa o senador Sergio Moro (União-PR) de tentar desviar cerca de R$ 2,5 bilhões da União. Junto com ele estariam o ex-deputado federal Deltan Dallagnol e a juíza Gabriela Hardt. O documento, de 78 páginas, foi divulgado nesta terça-feira, 16.
De acordo com o relatório, assinado pelo delegado da Polícia Federal (PF) Élzio Vicente da Silva, o objetivo seria a criação de “uma fundação voltada ao atendimento a interesses privados”.
Segundo a investigação, a ação teria acontecido de 2016 a 2019, em Curitiba, vara onde Moro era juiz federal, com Gabriela de substituta, e Dallagnol comandava a força-tarefa da Operação Lava Jato. O CNJ afirma que o grupo teria tentado desviar o dinheiro por meio de um conjunto de “atos comissivos e omissivos”.
Além disso, segundo a denúncia do CNJ, eles tiveram o auxílio de agentes públicos dos Estados Unidos, de dois gerentes da Petrobras e de outros representantes da estatal petrolífera.
A atuação de Moro, Dallagnol e Gabriela Hardt teria começado em 2016, sinaliza PF
Conforme o delegado da PF, o caso teve início a partir da instauração de um processo sigiloso por Moro em 2016. O documento afirma que a abertura desse juízo, que envolvia a Petrobras, “foi feita especificamente para permitir o repasse não questionado de valores oriundos de acordos de colaboração e de leniência”.
O relatório ainda afirma que o governo dos EUA obteve de forma irregular provas contra a Petrobras, sem que os procuradores da Lava Jato tentassem impedi-lo.