O corregedor do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Luis Felipe Salomão, manifestou-se a favor da abertura de um processo administrativo contra o desembargador Marcelo Malucelli. O parecer tornou-se público na tarde desta segunda-feira, 24.
Ex-relator da Operação Lava Jato no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), Malucelli é acusado de desobedecer decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), além de ter ligação com o senador Sergio Moro (União Brasil-PR), ex-juiz federal. O CNJ ainda está a analisar o caso.
Marcelo Malucelli é pai de João Malucelli, advogado que namora a filha mais velha de Moro. Além disso, João é sócio do senador da deputada federal Rosângela Moro (União Brasil-SP) em um escritório de advocacia.
Em abril, o desembargador Malucelli restabeleceu, via TRF-4, uma decisão da 13ª Vara Federal do Paraná que envolve o advogado Rodrigo Tacla Duran, acusado de ser operador financeiro da empreiteira Odebrecht. Salomão considerou que essa decisão poderia indicar desobediência ao STF, o que poderia configurar infração disciplinar.
Agravantes no caso de Malucelli, segundo o corregedor do CNJ
Além da desobediência, Salomão acredita que a relação de Marcelo Malucelli com Moro agrava a situação. Nesse sentido, o corregedor do CNJ afirma, de acordo com o jornal O Globo, que o desembargador ajudou a quem teria interesse em “silenciar” Tacla Duran perante o Poder Judiciário.
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“Malucelli deve responder a processo administrativo diante do suposto vínculo de parentesco ou afinidade entre o desembargador reclamado e pessoas supostamente interessadas no silenciamento processual de Tacla Duran”, afirma Salomão.
Malucelli enfrenta quatro procedimentos no CNJ que podem resultar em processos administrativos disciplinares, com sanções que vão de advertência a remoção. Embora Tacla Duran e parlamentares tenham solicitado o afastamento de Malucelli, Salomão não vê necessidade. Isso porque o desembargador deixou os casos da Lava Jato.