O CEO da Cloudflare, Matthew Prince, negou nesta segunda-feira, 23, que sua empresa tenha contribuído para o retorno temporário da rede social Twitter/X no Brasil. Ele também refutou qualquer envolvimento com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) na remoção da plataforma novamente do ar.
Em 19 de setembro, a agência declarou ter recebido “apoio ativo das prestadoras de telecomunicações e da empresa Cloudflare” para bloquear a rede social mais uma vez. O Twitter/X, por sua vez, não se pronunciou sobre a alegação de que a Cloudflare teria ajudado a contornar a suspensão.
Prince, em entrevista à agência Bloomberg, afirmou desconhecer o motivo das acusações feitas pelas autoridades brasileiras. Ele esclareceu que a Cloudflare não atuou para bloquear ou disponibilizar o Twitter/X no Brasil. Segundo ele, a rede social firmou um novo contrato com a empresa, o que resultou na mudança de servidor. Ainda assim, a Anatel conseguiu barrar o novo endereço da plataforma.
“Não houve nada que o X nos pediu para fazer, em termos de eliminar a capacidade do Brasil de bloquear o conteúdo dentro do Brasil”, disse o CEO da Cloudflare. “E não houve nada que fizemos para facilitar ainda mais a capacidade do Brasil de bloquear o que eles estavam fazendo.”
Prince destacou que não houve nenhuma solicitação por parte da rede social para evitar o bloqueio por parte do Brasil. Também deixou claro que a Cloudflare não facilitou o processo de bloqueio realizado pelas autoridades brasileiras.
Twitter/X trocou de servidor
Em 18 de setembro, o Twitter/X trocou de servidor e voltou a operar no país, mas as autoridades logo bloquearam a rede social novamente. A rede social tem cumprido as determinações do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para retomar suas atividades.
O Twitter/X está suspenso no Brasil desde 30 de agosto, por decisão referendada pela 1ª Turma do STF. A Suprema Corte ordenou o bloqueio por causa do descumprimento de ordens judiciais, como a não remoção de perfis, a falta de fornecimento de dados sobre monetização e a ausência de um representante legal no Brasil.