segunda-feira, setembro 23, 2024
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Cinturão de Van Allen: o que é e qual sua função?

Com missões espaciais para além da órbita da terra ficando cada vez mais frequentes, um termo tem sido trazido de volta ao debate, os cinturões de Van Allen. Tratados por muitos como uma barreira intransponível ou um grande empecilho para a exploração espacial, essa região do espaço próximo da terra ainda desperta várias teorias e confusões. Mas, o que é o cinturão de Van Allen e qual a sua função?

O que é o Cinturão de Van Allen?

De todos os lugares mais perigosos do universo, a área ao redor de uma estrela é talvez um dos piores. Tempestades magnéticas, causadas por erupções solares, podem devastar a atmosfera de um planeta ao destruir seus campos magnéticos protetores. Ao destruir a atmosfera de um planeta, a tempestade solar pode terminar eliminando sua capacidade de manter o calor e a água, fatores essenciais para a vida. Além de expor a superfície do planeta à radiação fortíssima, ameaçando a manutenção da vida.

Nosso protetor maior, o campo magnético da Terra, ou magnetosfera, é gerado pelo movimento do ferro líquido em seu núcleo externo. Esse movimento cria correntes elétricas, que produzem um campo magnético poderoso, protegendo a Terra de partículas carregadas vindas do Sol. Quando essas partículas chegam à magnetosfera são desaceleradas e ficam aprisionadas em uma região localizada entre 1.000 e 60.000 quilômetros acima da terra.

Cinturão de Van Allen. (Imagem: NASA’s Goddard Space Flight Center/Johns Hopkins University, Applied Physics Laboratory)

Qual a função do Cinturão de Van Allen?

Essas partículas ficam aprisionadas nos Cinturões de Van Allen, duas regiões de radiação que circundam o planeta. Descobertos em 1958, os Cinturões de Van Allen têm um papel fundamental na proteção da Terra, impedindo que essas partículas nocivas alcancem a superfície, mas também representam um desafio para viagens espaciais.

Os cinturões são compostos por partículas carregadas de alta energia, provenientes do vento solar e de raios cósmicos. Essa alta carga de energia é conhecida como radiação e essa radiação tem grandes chances de causar problemas de saúde, sejam distúrbios neurológicos ou até mesmo câncer. Para mitigar esse risco, as espaçonaves e as missões são projetadas com materiais que fornecem proteção contra essa radiação, como alumínio e plásticos especializados.

Hoje, com avanços tecnológicos, como os observados na missão Polaris Dawn, a proteção contra a radiação é ainda mais eficiente, permitindo viagens seguras através dessas regiões.

Mas, quando falamos de radiação não precisamos de super materiais altamente tecnológicos, o tempo de exposição à radiação é talvez até mais importante do que a própria blindagem. Durante as missões Apollo, por exemplo, os astronautas cruzaram rapidamente os Cinturões de Van Allen, limitando sua exposição à radiação.

Apesar de um obstáculo para a exploração do espaço interplanetário, o cinturão de Van Allen (ou os cinturões) extremamente importantes para a vida no nosso planeta, sem ele, a Terra seria muito mais vulnerável aos efeitos prejudiciais das radiações solares e cósmicas, o que afetaria não apenas a vida na superfície, mas também as tecnologias e sistemas de comunicação que dependem de um ambiente estável.

Via Olhar Digital

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