Cinco empresas brasileiras foram incluídas entre as 250 maiores varejistas globais, segundo o ranking da Deloitte. Este é o melhor desempenho histórico do Brasil, mesmo em um cenário econômico desafiador, com juros elevados e alto endividamento das famílias.
As empresas que estão no ranking são:
- Assaí (92º lugar);
- Magalu (156º);
- Raia Drogasil (169º);
- Casas Bahia (205º); e
- Natura (214º).
Todas adotaram estratégias focadas em bens essenciais, digitalização e preços competitivos. No 92º lugar, o Assaí conquistou a mais alta posição já alcançada por uma empresa brasileira no ranking.
Desempenho das varejistas no ranking global
Até o ano passado, o Brasil tinha, no máximo, três representantes entre as 250 maiores. Segundo Paulo de Tarso, sócio da Deloitte, essa evolução reflete “gestão estratégica, investimentos em tecnologia e uma resposta ágil às transformações de consumo. Essas companhias souberam unir eficiência operacional com responsabilidade social e sustentabilidade. Isso tem peso no cenário global.”
O Assaí, por exemplo, segue um modelo de atacarejo que combina preços baixos com rápida expansão de lojas. Em 2024, registrou lucro líquido de R$ 769 milhões e receita de R$ 73 bilhões, com crescimentos de 8,3% e 11%, respectivamente, em relação ao ano anterior.
Resultados financeiros expressivos
A Raia Drogasil também demonstrou forte desempenho financeiro, com lucro ajustado de R$ 1,3 bilhão e receita de R$ 38 bilhões, crescendo 16% e 14%, respectivamente. A empresa destaca-se pela ampla rede e foco em conveniência, alinhando-se às tendências globais.

O Magazine Luiza entrou no ranking depois de anos de investimento em digitalização. Desde a criação do Luiza Labs em 2012, a empresa integrou varejo, logística, serviços financeiros e tecnologia. Hoje, grande parte das vendas do Magalu ocorre via aplicativo próprio, utilizando dados para otimizar a experiência do consumidor.
Apesar dos desafios, a Casas Bahia também marcou presença na lista. Depois de enfrentar dificuldades financeiras e pedir recuperação extrajudicial em 2023, a empresa começou uma reestruturação que começou a dar frutos no último trimestre de 2024.
O prejuízo foi reduzido em 54,8% em comparação ao mesmo período do ano anterior, e o Ebitda ajustado cresceu 300%, alcançando R$ 640 milhões.
A Natura completa o grupo, mantendo-se firme no ranking com uma proposta de valor voltada para sustentabilidade e inovação. Embora enfrente obstáculos nas operações internacionais da Avon, a Natura continua sendo uma referência em propósito, uma característica cada vez mais valorizada pelas novas gerações, conforme observa a Deloitte.
Essas estratégias refletem eficiência operacional combinada com responsabilidade social e sustentabilidade. Produtos essenciais, como alimentação, saúde e higiene, representaram 65,5% da receita das empresas listadas entre as 250 maiores.
Embora América do Norte e Europa concentrem 83% das companhias, a ascensão de países como Brasil, Índia e Indonésia evidencia uma competitividade crescente no varejo global.