Cientistas da Universidade de Groningen, na Holanda, e da Universidade de Bielefeld, na Alemanha, se inspiraram no cérebro da mosca-da-fruta (Drosophila melanogaster) para desenvolver robôs que podem se locomover de forma mais organizada, evitando colisões e utilizando menos energia. A pesquisa foi publicada na revista Nature Communications.
Entenda:
- Cientistas das universidades de Groningen e Bielefeld desenvolveram um hardware neuromórfico inspirado no cérebro da mosca-da-fruta;
- O modelo possibilita que os robôs se movimentem de forma mais organizada em terrenos densos e evitem colisões com obstáculos;
- O hardware consegue replicar a forma como os insetos se locomovem durante o voo, centrando-se entre objetos e evitando colisões;
- A pesquisa foi publicada na revista Nature Communications.
“Grande parte da robótica não se preocupa com eficiência”, disse a física Elizabetta Chicca em um artigo da Universidade de Groningen. “Nós, humanos, tendemos a aprender novas tarefas à medida que crescemos e, na robótica, isso se reflete na tendência atual de aprendizado de máquina. Mas os insetos são capazes de voar imediatamente desde o nascimento. Uma maneira eficiente de fazer isso está programada em seus cérebros.”
Thorben Schoepe foi o responsável por desenvolver um modelo das atividades neuronais da D. melanogaster, replicando-o em um robô com rodas capaz de se centrar entre objetos e desviar habilmente de obstáculos, como acontece com os insetos durante o voo. Isso graças a uma rede neuromórfica que guia o robô através de regiões de baixo movimento aparente.
A equipe acredita que o estudo seja pioneiro para aprimorar o desenvolvimento de hardwares neuromórficos na robótica, com o modelo podendo ser utilizado, futuramente, para “viajar em terrenos densos, evitando colisões, atravessando lacunas e selecionando passagens seguras”, explicou Chicca.