A invisibilidade pode estar mais perto do que pensamos. Um estudo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences propôs o desenvolvimento de um material híbrido como base para um futuro manto de invisibilidade.
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Inspiração veio da natureza
- A descoberta foi feita por pesquisadores das universidades chinesas de Jilin e Tsinghua.
- A “metassuperfície” foi denominada Chimera e se inspira nas habilidades de três animais de sangue frio.
- Ao combinar as aptidões de mudança de cor (camaleão), transparência (rã-de-vidro) e regulação de temperatura (lagarto dragão-barbudo), a tecnologia tem potencial de ser utilizada em diversas aplicações, desde usos militares até a observação não invasiva da vida silvestre.
- As informações são da Deutsche Welle.
Mais um passo em busca da invisibilidade
No design experimental da Chimera, circuitos encrustados entre capas de tereftalato de polietileno (PET) e vidro de quartzo manipulam ondas eletromagnéticas, tornando a superfície praticamente indetectável à luz visível, micro-ondas e raios infravermelhos.
Um dos desafios dos pesquisadores foi o calor gerado pela eletricidade. E é aqui que a capacidade do dragão-barbudo de controlar sua temperatura corporal foi fundamental. Dessa forma, o manto é capaz de reduzir as diferenças térmicas a apenas 3,1ºC, tornando-se “invisível” às tecnologias termográficas.
De acordo com o estudo, a descoberta “constitui um grande avanço em direção à eletromagnética reconfigurável de nova geração”. Ainda segundo os pesquisadores, ela pode se adaptar a todos os cinco terrenos: deserto, solo congelado, superfície aquática, prado e bancos de areia.
Os cientistas, no entanto, destacam que esse é um passo importante para atingir a invisibilidade, deixando claro que ela ainda não é realidade. Recentemente, outras pesquisas tentaram atingir o mesmo objetivo.
Em outubro de 2023, o físico da Academia Chinesa de Ciências Chu Junhao apresentou, num evento em Xangai, uma grade lenticular que cria a ilusão de ser invisível. O material se compõe de fileiras de mini-lentes convexas, que refratam a luz. Dependendo do ângulo, as imagens paralelas a elas são subdivididas e estreitadas, revelando os objetos que se encontram por trás. Chu prediz diversos usos para essa tecnologia, de salas invisíveis para maior privacidade a aparelhos de audição ultradiscretos.