sexta-feira, junho 6, 2025
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Cientistas no Japão criam plástico que se dissolve na água do mar

Cientistas da Universidade de Tóquio, no Japão, desenvolveram um novo tipo de plástico biodegradável que se dissolve quando entra em contato com a água salgada. Os pesquisadores esperam que a invenção ajude a “reduzir a poluição por microplásticos que se acumula nos oceanos e no solo.”

O responsável pela pesquisa é o professor Takuzo Aida, do Centro de Ciência da Matéria Emergente da Agência Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento do Japão

Apesar de se desfazer quando em contato com água salgada, o material tem resistência e durabilidade semelhantes às de um plástico comum. Mesmo que a criação de um plástico biodegradável não seja novidade, o diferencial do material é que ele se decompõe muito mais rápido e não deixa vestígios residuais.

“Embora se acreditasse que a natureza reversível das ligações em plásticos supramoleculares os tornasse fracos e instáveis, nossos novos materiais são exatamente o oposto”, disse Aida. “A estrutura das pontes salinas é irreversível, a menos que seja exposta a eletrólitos como os encontrados na água do mar. A descoberta fundamental foi como criar essas ligações cruzadas seletivamente irreversíveis.”

O novo plástico não é tóxico nem inflamável

Os testes de reciclagem mostraram que o plástico desaparece no solo em dez dias e ainda age como fertilizante, liberando fósforo e nitrogênio. Além disso, o material não é tóxico nem inflamável, ou seja, não emite CO₂. 

“Com esse novo material, criamos uma nova família de plásticos que são fortes, estáveis, recicláveis, podem servir a múltiplas funções e não geram microplásticos”, explicou Aida.

O material vira alimento para bactérias depois de se dissolver no mar

Chamado de alquil SP2, o novo plástico pode ser remodelado quando submetido a uma temperatura acima dos 120ºC. E quando dissolvido na água do mar tende a se transformar em alimento para as bactérias.

Depois de dissolver o novo material em água salgada, os pesquisadores conseguiram recuperar mais de 90% do composto químico do plástico, indicando uma reciclagem fácil e eficiente.

Em declaração à agência de notícias Reuters, nesta quarta-feira, 4, Aida disse que a sua equipe ainda não tem um plano de comercialização, mas a pesquisa já atraiu “interesse significativo de empresários do setor de embalagens.”

Via Revista Oeste

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