Cientistas da Universidade Estadual da Pensilvânia, nos Estados Unidos, localizaram um planeta que possui muita massa em relação à sua estrela, e a descoberta está colocando em xeque o que se entende tradicionalmente sobre a formação dos planetas e dos sistemas solares.
Em um artigo publicado nesta quinta-feira (30) na revista Science, os pesquisadores relatam a descoberta de um planeta com mais de 13 vezes a massa da Terra orbitando a estrela LHS 3154, que é nove vezes menor que o nosso Sol.
A proporção de massa do planeta recém-descoberto com sua estrela hospedeira é mais de 100 vezes maior que a da Terra e do Sol.
A pesquisa revela o maior planeta conhecido pela ciência em torno de uma estrela anã ultrafria, o tipo de estrela menos massivo e mais frio do Universo.
A descoberta vai contra o que as teorias atuais previam para a formação de planetas em torno de estrelas, e marca a primeira vez que um planeta com massa tão elevada foi avistado orbitando uma estrela de massa tão baixa.
“Esta descoberta realmente mostra o quão pouco sabemos sobre o universo”, disse Suvrath Mahadevan, professor de Astronomia e Astrofísica na Penn State e coautor do artigo. “Não esperaríamos que existisse um planeta tão pesado em torno de uma estrela de massa tão baixa.”
Ele explicou que as estrelas são formadas a partir de grandes nuvens de gás e poeira. Após a formação da estrela, o gás e a poeira permanecem como discos de material orbitando a estrela recém-nascida, que podem eventualmente evoluir para planetas.
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“Não se espera que o disco de formação planetária em torno da estrela de baixa massa LHS 3154 tenha massa sólida suficiente para formar este planeta”, disse Mahadevan. “Mas está por aí, por isso agora precisamos de reexaminar a nossa compreensão de como os planetas e as estrelas se formam.”
A descoberta também levanta questões sobre a compreensão anterior da formação de estrelas, uma vez que a proporção poeira-massa e poeira-gás do disco que rodeia estrelas como LHS 3154 – quando eram jovens e recém-formadas – precisaria ser 10 vezes maior do que o observado para formar um planeta tão massivo quanto aquele que a equipe descobriu.
“O que descobrimos fornece um caso de teste extremo para todas as teorias existentes de formação de planetas”, disse Mahadevan.