O explorador do século XV Cristóvão Colombo era um judeu sefardita da Europa Ocidental, segundo anúncio feito por cientistas espanhóis no sábado (12), depois de usar análise de DNA para resolver o mistério de séculos.
Vários países já debateram sobre as origens e o local final de sepultamento da polêmica figura que liderou expedições financiadas pela Espanha a partir da década de 1490, abrindo caminho para a conquista europeia das Américas.
Diversos historiadores já questionaram a teoria tradicional de que Colombo veio de Gênova, na Itália. Outras teorias chegaram a sugerir que ele poderia ser um judeu espanhol, grego, basco, português ou britânico.
Para resolver o mistério, pesquisadores conduziram uma investigação de 22 anos, liderada pelo especialista forense Miguel Lorente, testando pequenas amostras de restos mortais enterrados na Catedral de Sevilha, há muito definido pelas autoridades como o último local de descanso de Colombo, embora tenham havido alegações contrárias.
Eles compararam essas amostras com as de parentes e descendentes conhecidos e os resultados foram divulgados no documentário intitulado “DNA de Colombo: A verdadeira origem“, transmitido pela emissora nacional espanhola TVE no sábado (12).
Cerca de 300 mil judeus viviam na Espanha antes que os “Reis Católicos”, os monarcas católicos Isabel e Fernando, ordenassem que judeus e muçulmanos se convertessem à fé católica ou deixassem o país. Muitos se estabeleceram ao redor do mundo. A palavra sefardita vem de Sefarad, ou Espanha em hebraico.
Após analisar 25 locais possíveis, Lorente disse que só era possível afirmar que Colombo nasceu na Europa Ocidental.
Na quinta-feira (10), Lorente disse que eles haviam confirmado teorias anteriores de que os restos mortais na Catedral de Sevilha pertenciam a Colombo.
A pesquisa sobre a nacionalidade de Colombo foi complicada por uma série de fatores, incluindo a grande quantidade de dados. Mas “o resultado é quase absolutamente confiável”, disse Lorente.
Colombo morreu em Valladolid, na Espanha, em 1506, mas desejava ser enterrado na ilha de Hispaniola, que hoje é compartilhada pela República Dominicana e pelo Haiti. Seus restos mortais foram levados para lá em 1542, depois transferidos para Cuba em 1795 e depois, como se pensava há muito tempo na Espanha, para Sevilha em 1898.
*Reportagem de Graham Keeley