Durante pesquisa de rotina em pesqueiros no sudoeste da Inglaterra e no Golfo de Cádis, cientistas do Centro para Ciência do Meio Ambiente, Alimentação e Aquicultura do Reino Unido (Cefas) e da Universidade de Cádis, na Espanha, coletaram 14 espécimes de lesmas marinhas.
Das mais de 100 espécies conhecidas de lesmas marinhas encontradas nas águas britânicas, essa nova, chamada Pleurobranchaea britannica, se destaca por sua cor creme e argila com pontinhos brancos.
“Quando os cientistas do Cefas me contataram e me disseram que haviam coletado indivíduos pertencentes ao gênero de lesmas marinhas Pleurobranchaea, mas cuja identidade específica não estava clara, fiquei realmente surpreso”, disse o Dr. Juan Lucas Cervera Currado, da Universidade de Cádis, ao IFL Science.
“Em primeiro lugar, porque nunca foram encontradas espécies deste gênero nas Ilhas Britânicas e, em segundo lugar, porque a possibilidade de ter encontrado nova espécie deste gênero em águas europeias era realmente emocionante”, indicou Currado.
Como se deu a descoberta da nova espécie
- Inicialmente, os pesquisadores pensaram que ela poderia ser outra espécie conhecida, a Pleurobranchaea meckeli, mas a presença de pequena guelra lateral levantou questionamentos sobre sua verdadeira identidade;
- As amostras foram enviadas para um time na Espanha, onde foram analisadas geneticamente e comparadas com outras espécies conhecidas;
- Foi confirmado então que se trata de nova espécie;
- Atualmente, o gênero Pleurobranchaea conta com três espécies conhecidas.
É emocionante ver que as pesquisas pesqueiras de rotina ainda podem levar a tais descobertas. Bastou breve inspeção de dois espécimes para ter certeza de que havíamos encontrado espécie de Pleurobranchaea. Isso foi emocionante, porque nenhuma outra espécie deste gênero tinha foi documentado em águas do Reino Unido, ou mesmo neste extremo norte.
Ross Bullimore, ecologista marinho do Cefas e coautor do artigo que descreve a lesma marinha, em comunicado enviado ao IFLScience
Lesma marinha
As lesmas marinhas são animais coloridos e diversos, podendo apresentar características incríveis e aparência única.
Além disso, algumas conseguem utilizar características de suas presas, como fotossíntese ou toxinas, em benefício próprio.
“Muitas vezes existe a suposição de que sabemos tudo o que há para saber sobre as espécies encontradas nas águas do Reino Unido, mas isso só mostra que ainda há muito para aprender no nosso próprio quintal”, disse Bullimore.
A descoberta dessa nova espécie aumenta o conhecimento sobre os animais encontrados nas águas britânicas e ressalta a importância de estudos contínuos na área.
A pesquisa foi publicada na Zoosysteatics and Evolution.