sexta-feira, novembro 22, 2024
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Cientistas criam sistema para proteger armas nucleares

As armas nucleares são dispositivos explosivos que utilizam a energia liberada durante a fissão nuclear ou a fusão nuclear para gerar uma explosão extremamente poderosa. A existência destes dispositivos destrutivos representa uma ameaça constante à segurança global.

Mesmo com os esforços para controlar esses dispositivos existindo há décadas, monitorar o arsenal nuclear de diversos países pode ser uma tarefa delicada – principalmente em cenários de guerra. Pensando nisso, cientistas desenvolveram uma solução baseada em uma sala de espelhos.

Nova tecnologia

  • Pesquisadores do Instituto Max Planck de Segurança e Privacidade criaram sistema inovador capaz de rastrear o movimento de objetos em uma sala, usando espelhos e ondas de rádio;
  • Segundo o Gizmochina, esse mecanismo deve reforçar a monitorização dos arsenais nucleares, garantindo sua segurança;
  • Essas armas costumam ser armazenadas em bunkers militares seguros, mas isso não representa necessariamente a monitoração constante de movimentos não autorizados.

No geral, a soma do arsenal de nove países que possuem armamento nuclear é de cerca de 12,7 mil unidades. O sistema de espelhos e ondas de rádio propõe a utilização de 20 espelhos ajustáveis ​​ao lado das bombas nucleares, dentro dos cofres de armazenamento, com duas antenas como parte da configuração.

Nesse sistema, uma antena emite ondas de rádio que refletem nos espelhos, criando padrões de reflexão exclusivos detectados pela outra antena. Determinando esses padrões, o sistema pode identificar a localização exata de cada objeto, detectando possíveis mudanças em suas posições.

Dessa forma, líderes e entidades podem controlar a localização demarcada dos respectivos objetos, reconhecendo possíveis alterações internas.

Além disso, esse sistema é livre de hardware, o que significa que não há riscos de sabotagens ou violações externas. Se aprovado, esse sistema poderá ser usado por organizações internacionais dentro de bunkers nucleares.

Garantia de funcionamento do sistema

Conforme o TechXplore, o sucesso desse método depende de o país em questão medir a “impressão digital” de rádio no exato momento em que o outro país solicita.

É necessário evitar que o país-alvo envie um registro anterior em vez de um sinal medido no presente. Para garantir isso, foi instalado um conjunto de 20 espelhos rotativos na sala a ser monitorada. Se a posição dos espelhos for alterada, a “impressão digital” de rádio também mudará.

Tecnologia pode solucionar desafio de longa data no desarmamento nuclear

O Dr. Sebastien Philippe, da Universidade de Princeton, ressalta que 70% das armas nucleares do mundo estão armazenadas em reserva militar ou aguardando desmantelamento.

A presença e a quantidade dessas armas em um determinado local não podem ser facilmente verificadas por meio de imagens de satélite ou outros meios que não possam enxergar dentro dos depósitos. Portanto, a dificuldade de monitorá-las faz com que essas nove mil armas nucleares não sejam consideradas nos acordos de controle de armas nucleares existentes. Essa nova tecnologia de verificação visa solucionar esse desafio de longa data e contribuir para esforços diplomáticos futuros que visem limitar todos os tipos de armas nucleares.

Dr. Sebastien Philippe, da Universidade de Princeton

Experimentando o conceito

Para testar o conceito, os pesquisadores configuraram um contêiner com tambores móveis no campus da Universidade Ruhr e monitoraram o ambiente utilizando a tecnologia de ondas de rádio.

Com essa configuração, foi demonstrado que as “impressões digitais” de rádio podem ser reproduzidas de forma confiável para diferentes posições dos espelhos.

Várias configurações dos espelhos também resultaram em variedade de “impressões digitais” de rádio facilmente distinguíveis. Movimentar apenas alguns milímetros um dos tambores no contêiner já era o suficiente para refletir na “impressão digital” de rádio.

Os pesquisadores também analisaram a possibilidade de decifrar como as posições dos espelhos e as “impressões digitais” de rádio correspondem uma à outra usando aprendizado de máquina (machine learning).

Algoritmos conseguiram prever as “impressões digitais” de rádio ao reconhecer várias posições dos espelhos e os sinais de rádio correspondentes. No entanto, quanto mais espelhos estavam presentes na configuração, mais tempo levava para encontrar a conexão.

Segurança cibernética-física

A segurança do sistema é garantida pela presença de vários espelhos. Os pesquisadores utilizaram 20 espelhos em seus experimentos, mas ressaltam que é possível aumentar ainda mais o fator de segurança por meio da escalabilidade do sistema.

Os pesquisadores destacam que essa tecnologia combina avaliações de segurança cibernética-física, anteriormente possíveis apenas em dados e chips de segurança, com a física do sistema de forma totalmente nova. Isso permite níveis de confiança inéditos, especialmente para a Internet das Coisas (IoT).

Via Olhar Digital

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