Cientistas do Instituto Max Planck de Pesquisas Sobre o Estado Sólido, na Alemanha, descobriram uma forma de transformar resíduos de lama vermelha tóxica – gerada na produção de alumínio – em aço verde, espécie mais sustentável do metal, em cerca de dez minutos.
Entenda:
- Cientistas descobriram uma forma de transformar lama vermelha tóxica – proveniente da produção de alumínio – em aço verde;
- O processo dura cerca de dez minutos, e utiliza plasma de hidrogênio para separar o ferro presente na lama e transformá-lo em uma espécie mais sustentável de aço;
- A descoberta pode reduzir a pegada de carbono e gerar uma grande economia à indústria siderúrgica, responsável pela maior parte da emissão de gases do efeito estufa atualmente;
- O método também pode ser capaz de neutralizar metais pesados encontrados na lama;
- O estudo foi publicado na revista Nature.
A descoberta, publicada na revista Nature, tem potencial para melhorar a pegada de carbono da indústria siderúrgica, que, como pontua a pesquisa, é o setor com maior emissão de gases do efeito estufa, responsável por 8% da emissão global de dióxido de carbono (CO2).
“Se o hidrogênio verde fosse usado para produzir ferro a partir dos quatro bilhões de toneladas de lama vermelha geradas na produção global de alumínio até o momento, a indústria siderúrgica poderia economizar quase 1,5 bilhão de toneladas de CO2”, disse Isnaldi Souza Filho, autor correspondente do estudo, na Max-Planck-Gesellschaft.
Como a lama é transformada em aço verde
A lama vermelha proveniente da produção de alumínio consiste em até 60% de óxido de ferro. Em um processo conhecido como redução de plasma, os cientistas derretem a lama em um forno elétrico a arco, utilizando um plasma que contém 10% de hidrogênio para separar os óxidos líquidos do ferro líquido – que pode ser processado diretamente em aço.
Matic Jovičevič-Klug, autor principal do estudo, explica que também é possível neutralizar metais pesados presentes na lama: “Após a redução, detectamos cromo no ferro. Outros metais pesados e preciosos provavelmente vão para o ferro ou para uma área separada. Isso é algo que investigaremos em estudos posteriores. Metais valiosos poderiam então ser separados e reutilizados.”