No início da década de 1990, enquanto ainda sentava na bancada do Jornal Nacional, Cid Moreira posou de pernas para o alto dentro de sua banheira para a capa da revista Caras, disposto a mostrar um outro lado do homem sério que aparecia de terno na televisão todas as noites.
O jornalista morreu na manhã desta quinta-feira (3), aos 97 anos, por insuficiência renal, em um hospital na região serrana do Rio de Janeiro.
A manchete da revista de 1993 diz: “O homem tímido que existe por trás do rosto mais conhecido do Brasil mostra sua casa, sua mulher e suas pernas.” O clique icônico que capturou Cid Moreira com as pernas para o alto enquanto tomava um banho de espuma, no entanto, aconteceu quase por acaso.
O jornalista decidiu fazer a foto enquanto tomava um banho de banheira, mas o filme de uma das câmeras acabou durante a sessão e Cid aproveitou a pausa para exercitar o corpo — quando foi flagrado pelo fotógrafo.
“Eu sempre gostei de me exercitar. Então, eu estava em uma sessão de fotos e eu estava ficando já cansado”, relembrou ele em entrevista ao canal do humorista Rafael Cortez, em 2020.
“Acabou a bobina e o ajudante falou que tinha que pegar no carro outra. E eu fiquei esperando para a foto na banheira”, disse ele. “E aí comecei devagarinho a exercitar o abdômen, levantando [as pernas], e esqueci que tinha um fotógrafo lá. Ele bateu [a foto] e ganhou prêmio.”
“A intenção ali não foi mostrar a cara”, brincou Cid, rindo com o trocadilho.