As enchentes no Rio Grande do Sul prejudicaram cerca de 80% da atividade econômica do Estado, segundo a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs). Os 336 municípios atingidos representam 87% dos empregos no setor industrial.
“As perdas econômicas são inestimáveis no momento”, afirma o presidente da federação, Arildo Bennech Oliveira. “Além dos danos gigantescos de capital, os problemas logísticos devem afetar de forma significativa todas as cadeias econômicas do Estado.”
Estudo revela extensão do impacto econômico
Um estudo da Unidade de Estudos Econômicos (UEE) mostrou que os municípios atingidos representam 80,3% do Valor Adicionado Bruto (VAB) do Estado, 78,2% do VAB industrial, 86,4% dos estabelecimentos industriais, 87,2% dos empregos industriais, 89,1% das exportações da indústria de transformação e 83,3% da arrecadação de ICMS de atividades industriais.
Os principais centros industriais do Estado tiveram grandes perdas. Na serra gaúcha, por exemplo, aproximadamente 115 mil trabalhadores da indústria foram prejudicados. Já na região metropolitana, os setores de veículos, autopeças e máquinas, que empregam 127 mil pessoas, também enfrentam dificuldades devido às enchentes.
Resposta a Fiergs
Em resposta à crise, a Fiergs pediu ao ministro do Trabalho, Luiz Marinho, que adote medidas emergenciais para ajudar as indústrias e trabalhadores afetados.
Entre elas, estão a redução da jornada de trabalho e dos salários, a suspensão temporária dos contratos, a implementação de home office, a antecipação de férias individuais e a concessão de férias coletivas.
O ministro prometeu regulamentar as medidas em até 48 horas.
De acordo com o mais recente boletim divulgado pela Defesa Civil do Rio Grande do Sul, 425 municípios foram afetados pelos temporais no Estado.
No momento, 107 mortes foram confirmadas e 136 pessoas permanecem desaparecidas. Os feridos, somam 374. Além disso, há mais de 163 mil moradores desalojados e outros 67 mil desabrigados.