Durante a sessão desta quarta-feira, 24, do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, o deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ) usou três minutos para falar à distância. Ele está preso desde 24 de março, acusado de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes.
No colegiado, que analisa uma representação do Psol para cassar o mandato de Chiquinho Brazão, o deputado disse ser inocente, que provará isso e pediu que, quando isso acontecer, que os parlamentares se retratassem. Nesta semana, o presidente do Conselho de Ética escolherá um relator para o caso de cassação.
“Sei da seriedade do crime ocorrido”, disse Chiquinho Brazão. “O que posso falar em minha defesa é que sou inocente e que vou provar. Pela grande relevância desse crime, sei como a Câmara está neste momento.”
“Ao final de tudo isso, eu, provando e provarei a minha inocência, que pudessem, aqueles que ouvi em outros momentos, se retratarem futuramente em relação à minha família”, continuou o deputado. “Porque meus filhos, meus netos, meus irmãos, todos com certeza estão sofrendo muito devido à opinião popular e a palavra do deputado, o alcance, é muito grande.”
Prisão de Chiquinho Brazão ocorreu no domingo 24
Chiquinho Brazão está preso desde 24 de março por decisão do Supremo Tribunal Federal. Na quarta-feira 10, a Câmara referendou a decisão. Além do deputado, foram presos seu irmão, o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro Domingos Brazão; e o ex-chefe de Polícia Civil do Estado delegado Rivaldo Barbosa. Os três negam participação no assassinato.
Segundo o inquérito da PF, Marielle Franco, que era vereadora pelo Psol do Rio de Janeiro, foi assassinada por ser vista como um “obstáculo aos interesses” dos irmãos Domingos e Chiquinho Brazão.
A Operação Murder Inc. foi iniciada dias após a homologação da delação premiada do ex-policial militar Ronnie Lessa, apontado como o executor dos assassinatos em 13 de março de 2018.