Em reuniões realizadas nos últimos meses, a China voltou a pressionar o Brasil para que entre na iniciativa “Cinturão e Rota”. Trata-se de uma ação de investimento em infraestrutura a nível global. Esse projeto, por exemplo, pretende viabilizar o corredor ferroviário e portos no Oceano Pacífico.
O vice-presidente Geraldo Alckmin viajará, neste sábado, 1º, para a China. Antes, no entanto, ele fará uma parada na Arábia Saudita. Estarão junto de Alckmin o chefe da Casa Civil, Rui Costa, e outros ministros. Eles chegarão a Pequim na próxima terça-feira, 4.
Brasileiros se encontrarão com líderes empresariais na China
Na capital chinesa, os brasileiros iniciarão os contatos com líderes empresariais. Também participarão do encontro da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (Cosban).
Segundo o jornal Folha de S.Paulo, espera-se que nas reuniões haja a definição de algo concreto, em relação ao Cinturão e Rota.
“É natural que o cinquentenário seja marcado por novas iniciativas”, afirmou o assessor especial da Presidência, Celso Amorim, ao ser interpelado sobre aderir à Cinturão e Rota. “O que vemos que pode ser positivo é ter uma cooperação em tecnologia avançada, por um lado, e trabalhar nessa aliança contra a fome e a desigualdade. Meu interlocutor concorda.”
Ele ainda diz que a parceria estratégica, “em termos grosseiros, assim, comerciais, é muito boa, mas falta um elemento de ponta, tecnológico”.
Celso Amorim ainda disse que falou com os chineses sobre investimentos em painéis elétricos e baterias para os carros elétricos a serem fabricados pela chinesa BYD no Brasil.
“E não queremos excluir ninguém”, acrescentou o assessor especial. “Estamos discutindo coisas semelhantes, não idênticas, mais na parte de infraestrutura, com os Estados Unidos. Eles nos têm procurado, por enquanto, num nível mais técnico.”
EUA alertam o Brasil sobre a iniciativa
Em visita ao Brasil, na semana passada, a general Laura Richardson, chefe do Comando Sul dos EUA, voltado para a América Latina, criticou o Cinturão e Rota. “A soberania é retirada ao longo do tempo”, disse ela ao jornal Valor Econômico.
A norte-americana ainda disse que espera que o Brasil não seja enganado pela retórica infundada dos chineses. Ela espera que o governo brasileiro “tome decisões de forma independente, no interesse do seu próprio desenvolvimento”.