segunda-feira, novembro 25, 2024
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China se torna primeiro ‘cobrador de dívida’ mundial

Segundo um relatório divulgado nesta terça-feira, 7, pela AidData, um instituto de pesquisa da William and Mary, uma universidade em Williamsburg, Virgínia, a China se tornou o primeiro “cobrador de dívidas do mundo”.

Entre 2000 e 2021, a China emprestou US$ 1,34 bilhão para países em desenvolvimento. Este ano, 55% desses créditos acumulados por várias instituições financeiras chinesas atingiram a maturidade e devem ser pagos pelos países e instituições devedoras.

A maioria dos empréstimos fazia parte da “Iniciativa Cinturão e Rota“, também conhecida como “Nova Rota da Seda“, que o ditador chinês Xi Jinping iniciou em 2013 para construir quase 21 mil projetos de infraestrutura de transporte, comunicações e criar laços políticos mais fortes em mais de 150 países.

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Essa série de investimentos foi chamado de “projeto do século” pela liderança chinesa por causa da importância econômica e geopolítica.

Tudo isso até 2020, quando começou a pandemia de Covid-19, provocando um choque na economia mundial.

Desde então, a China começou a lidar com a própria desaceleração do crescimento e reduziu o financiamento para infraestruturas no exterior.

Ao mesmo tempo, foi obrigada a conceder empréstimos de emergência aos seus próprios devedores para evitar o colapso de suas economias.

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A AidData calculou que 60% dos empréstimos chineses em 2015 foram para projetos de infraestrutura. Em 2021, o montante caiu para 30%.

Por outro lado, os fundos destinados a resgatar governos endividados à beira da insolvência subiram de 5% do total em 2013 para 58% em 2021.

Em vez de abrir novos canteiros de obras, as instituições financeiras em Pequim utilizaram os fundos para permitir que os seus devedores pagassem os juros.

Os empréstimos concedidos ao Sri Lanka e ao Zâmbia são citados pelos economistas em salas de aula como exemplos para se entender a dinâmica dos refinanciamentos para manter os países solventes.

Nova Rota da Seda projeto geopolítico e econômico da China

A Nova Rota da Seda foi elaborada por Pequim como uma plataforma para projetar a influência geopolítica da China entre as nações em desenvolvimento.

Entretanto, agora que a dívida se tornou uma montanha, os tecnocratas comunistas encontram-se numa posição incômoda: a de grandes credores que devem recuperar o capital e os juros acumulados.

Pequim tenta naturalmente não perder a simpatia e a gratidão dos países onde tem investido.

Todavia, o refinanciamento da dívida por parte da China tem um custo elevado.

As condições dos empréstimos de emergência são mantidas confidenciais, mas de acordo com a pesquisa da AidData, as penalidades por atraso no reembolso aumentaram de 3% em 2013 para 8% em 2021.

O impacto do papel do cobrador de dívidas global aparece claramente nas pesquisas de opinião internacionais, que observam que a taxa de aprovação do envolvimento da China em países de baixa e média renda caiu de 56% em 2019 para 40% em 2021 .

Via Revista Oeste

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