Nesta sexta-feira, 3, a China lançou a primeira missão de retorno de amostras no lado escuro da Lua. Os cientistas esperam que a recuperação de cerca de dois quilos de material lunar a ser feita pela missão Chang’e 6 ajude a investigar os mistérios relacionados ao satélite natural.
O lançamento foi realizado no centro de Wechang, na ilha de Hainan, e a missão contou com o impulso do foguete Longa Marcha 5. A iniciativa não só amplia o entendimento científico sobre a Lua, mas também sinaliza os avanços tecnológicos do país em exploração lunar.
Ge Ping, vice-diretor do Centro de Exploração Lunar e Engenharia Espacial da China National Space Administration (CNSA), falou sobre as inovações esperadas com a Chang’e 6 durante uma entrevista à emissora estatal CCTV. Entre elas, estão novas técnicas de amostragem inteligente e aperfeiçoamento da logística de decolagem e retorno automáticos de amostras do lado afastado da Lua.
O satélite Queqiao 2, lançado anteriormente, desempenha um papel crucial ao possibilitar a comunicação entre a espaçonave e o controle terrestre, superando o obstáculo de inacessibilidade direta do destino. Este satélite, mais avançado que seu antecessor, oferecerá suporte também às futuras missões Chang’e 7 e 8.
Distinguindo-se dos métodos soviéticos de retorno direto de amostras lunares à Terra, a missão Chang’e 6 adota uma abordagem mais complexa. As amostras coletadas pelo módulo de ascensão serão transferidas para uma nave-mãe em órbita lunar, antes de retornarem à Terra, uma técnica reminiscente das missões Apollo.
Os objetivos da exploração chinesa na Lua
O objetivo da Chang’e 6 de pousar na grande cratera Apollo, situada na bacia Polo Sul-Aitken, gera expectativas de que as amostras coletadas forneçam insights sobre as diferenças geológicas entre os lados visível e oculto da Lua. Também é esperado que estes contribuam para o conhecimento sobre a história de impactos no Sistema Solar.
Além de seus propósitos científicos, a missão destaca-se pela cooperação internacional, carregando quatro instrumentos estrangeiros, entre eles, um detector de radônio da França, medidor de íons negativos da Suécia, um retrorrefletor de laser da Itália e um satélite em parceria com o Paquistão.