quinta-feira, julho 4, 2024
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China deve pousar no lado oculto da Lua neste fim de semana

Mais um acontecimento espacial importante é esperado para este fim de semana, além do primeiro lançamento tripulado da cápsula Starliner pela Boeing a serviço da NASA: o pouso da missão Chang’e 6, da China, no lado oculto da Lua.

Sobre a missão Chang’e 6:

  • Pesando 8,2 toneladas, a espaçonave Chang’e 6 carrega quatro componentes: um orbitador, um módulo de pouso, um ascendente e um módulo de reentrada;
  • Tudo isso com o objetivo de coletar amostras lunares do lado oculto da Lua, região praticamente inexplorada do satélite;
  • Este é um feito que nenhum país do mundo já realizou;
  • Se tudo correr como planejado, as amostras serão colocadas no veículo ascendente para serem transportadas da superfície para a órbita lunar;
  • Em seguida, haverá a transferência para o módulo de reentrada, que conduzirá os itens para a Terra.

De acordo com o site Space.com, a nave robótica deve pousar no domingo (2), pelo horário de Pequim, que provavelmente seria na noite de sábado (1º) para o Brasil.

Área de pouso da missão Chang’e 6 no lado oculto da Lua.

Os países que já trouxeram amostras lunares para casa foram os EUA, a antiga União Soviética e a própria China, que foi a nação mais recente a fazer isso, com a missão Chang’e 5 em 2020. Todo esse material, no entanto, foi coletado no lado permanentemente visível da Lua.

Amostras coletadas no lado oculto da Lua estarão disponíveis via aplicativo

A missão passará três dias estudando sua área de pouso, que fica dentro da Bacia do Polo Sul-Aitken (SPA), a maior e mais antiga bacia de impacto na Lua, e coletando amostras. Esta sequência será seguida pelo módulo de subida carregado por amostras, disparando da Lua para a órbita lunar, para encontro e acoplamento com o componente orbital.

Os materiais recolhidos serão então transferidos para um laboratório de recepção lunar em Pequim para serem descritos e documentados, para a publicação de um catálogo de amostras Chang’e 6.

Representação artística da sonda Chang’e 6 na órbita da Lua. Crédito: CNSA

Em uma entrevista coletiva, James Head, pesquisador do Departamento de Ciências da Terra, Ambientais e Planetárias da Universidade Brown, que tem trabalhado com o quadro de planejadores de exploração lunar da China, disse que a Administração Espacial Nacional da China (CNSA) disponibilizará as amostras para estudo, via aplicativo, para a comunidade científica.

É possível que sejam coletados basaltos lunares que contêm informações sobre processos magmáticos e propriedades do manto do lado oculto.

Relembre o lançamento da missão Chang’e pela China

A espaçonave foi lançada em 3 de maio, às 6h27 da manhã, pelo horário de Brasília (17h27, no horário local de Pequim), no topo de um foguete Long March 5 a partir de Wenchang, na província de Hainan.

Cerca de 37 minutos após a decolagem, a sonda Chang’e-6 se separou do foguete e entrou em sua órbita planejada de transferência Terra-Lua, que tinha uma altitude de perigeu de 200 quilômetros e uma altitude de apogeu de cerca de 380 mil km, de acordo com a CNSA.

Bacia do Polo Sul-Aitken, área de pouso da missão Chang’e 6. Crédito: NASA Goddard

Segundo a entidade, o lançamento foi um sucesso completo. “Coletar e entregar à Terra amostras do lado oculto da Lua é um feito sem precedentes. Agora sabemos muito pouco sobre o lado oculto da Lua. Se a missão Chang’e-6 conseguir atingir seu objetivo, fornecerá aos cientistas a primeira evidência direta para entender o ambiente e a composição material do lado oculto da Lua, o que é de grande importância”, disse Wu Weiren, cientista da Academia Chinesa de Engenharia e projetista-chefe do programa de exploração lunar da China.

O próximo passo é um pouso suave no lado distante. Dentro de 48 horas depois, um braço robótico será estendido para colher rochas e solo da superfície lunar, e uma broca perfurará a superfície. O trabalho de detecção científica será realizado simultaneamente.

Ao final de um total de 53 dias de missão, a espaçonave vai pousar na Região Autônoma da Mongólia Interior, no norte da China. 

Via Olhar Digital

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