Apesar da tragédia ocorrida nessa quinta-feira (10), nos arredores do Estádio Monumental, o Superclássico chileno, marcado para este domingo (13) entre Colo Colo e Universidad de Chile, está mantido.
A confirmação foi feita pelo delegado presidencial da Região Metropolitana, Gonzalo Durán.
Nessa quinta, três dias antes do Superclássico, dois torcedores do Colo Colo morreram atropelados por um veículo da polícia durante a partida da Copa Libertadores contra o Fortaleza.
“Hoje mesmo, em pouco tempo, darei início a uma série de reuniões destinadas, em primeiro lugar, a revisar com atenção todos os detalhes e medidas previstas para os eventos deste fim de semana, incluindo, evidentemente, o Superclássico”, afirmou Durán.
O delegado explicou que estão sendo consideradas medidas excepcionais de segurança, sem descartar nenhuma possibilidade.
“Vamos definir, se necessário, as ações extraordinárias que devem ser adotadas, e, claro, estaremos monitorando todos os elementos de contexto que possam garantir a segurança das famílias que comparecerem aos estádios”, acrescentou.
Durán também aproveitou para reforçar que o futebol deve ser compreendido como um espaço familiar, de convivência, e não como um foco de violência.
“É preciso colocar as coisas em perspectiva. Trata-se de um espetáculo esportivo, e a torcida, os verdadeiros torcedores, precisam entender que é um ambiente para a família”, disse.
Questionado sobre as condições de segurança do Estádio Monumental, ele reconheceu falhas na infraestrutura dos estádios no país.
O futebol é uma paixão, um espetáculo, um espaço de encontro familiar, mas também uma atividade econômica. O que se espera é que as estruturas que recebem eventos desse porte atendam a padrões muito mais altos do que os atuais, que, em geral, são insuficientes na Região Metropolitana e em boa parte do país
Gonzalo Durán, delegado presidencial da Região Metropolitana
Durán informou ainda que os planos de segurança apresentados pelos clubes estão sendo revisados, inclusive os do Colo Colo. “Vamos exigir a aceleração na implementação de melhorias em infraestrutura e tecnologia”, reforçou.
Sobre a saída de Pamela Venegas do comando do Estadio Seguro, o delegado evitou entrar em detalhes, mas confirmou que o governo está conduzindo uma revisão institucional abrangente.
“O procedimento foi reavaliado ao longo da noite. A responsável pelo Estadio Seguro apresentou sua renúncia, que foi aceita de forma imediata pelo ministro”, relatou.
Quanto à atuação dos Carabineros (policiais), Durán foi enfático ao afirmar que as responsabilidades estão sendo apuradas tanto na esfera administrativa quanto judicial.
“Esse julgamento cabe aos órgãos legalmente competentes”, frisou.
Questionado sobre a possibilidade de realizar partidas com portões fechados como forma de pressionar por melhores condições de segurança, Durán não descartou a alternativa, mas reforçou que a intenção do governo é manter a presença do público — desde que em ambiente seguro.
“A solução ideal não é jogar sem torcida. O ideal é que os estádios contem com infraestrutura adequada, que os planos de segurança sejam atualizados e que haja também um trabalho na dimensão cultural”, explicou.