A investigação sobre o assassinato de Vinícius Gritzbach, juntamente com sua delação premiada ao Ministério Público de São Paulo (MPSP), revelou a corrupção entre policiais e como o crime organizado se infiltrou nas instituições governamentais, relata o Metrópoles.
A Polícia Federal (PF) investigou episódios que até então eram desconhecidos. Entre eles está o caso da absolvição de Gritzbach em um “tribunal do crime”.
Até aquele momento, não se sabia quem havia decidido sua absolvição em relação aos assassinatos de Anselmo Bechelli Santa Fausta (Cara Preta) e Antônio Corona Neto (Sem Sangue), ambos membros do PCC.
Gritzbach teria desviado dinheiro de Cara Preta e, por isso, encomendado a morte do criminoso – o que ele sempre negou. Gritzbach foi sequestrado em janeiro de 2022, sendo levado a um “tribunal do crime”, onde foi absolvido por Claudio Marcos de Almeida (Django) e Rafael Maeda (Japa).
Ao poupar Gritzbach ambos acabaram decretando suas próprias mortes. A PF descobriu que Django e Japa foram mortos em 2023 pelos outros membros do PCC, pois haviam “absolvido” Gritzbach.
Por causa das acusações de seu suposto envolvimento no duplo homicídio, o delator foi sequestrado, em janeiro de 2022. Gritzbach, então, foi levado para um tribunal do crime, no qual foi “absolvido” por Claudio Marcos de Almeida, o Django, e Rafael Maeda, o Japa. Ao garantir a vida de Gritzbach, segundo as investigações da PF, ambos decretaram suas próprias sentenças de morte.
“[Eles] foram mortos em 2023 pelos demais integrantes do PCC, porque ‘absolveram’ Gritzbach da prática do homicídio de Anselmo [Cara Preta] no ‘tribunal do crime’”, relata um trecho do relatório obtido pelo portal.
Django foi encontrado morto em 23 de janeiro de 2022, enforcado, e a investigação sobre sua morte foi arquivada pelo Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), sob a liderança dos delegados Fábio Baena e Eduardo Monteiro.
Policiais envolvidos com o PCC
Em seguida, Japa foi encontrado morto em um carro no Tatuapé, depois de prestar depoimento ao DHPP sobre o caso de Cara Preta.
Inicialmente, a causa da morte foi considerada suicídio, mas exames subsequentes comprovaram que a história era falsa, pois a arma encontrada com Japa não havia sido usada e a posição do tiro não condizia com a versão do suicídio.
Em fevereiro de 2022, depois de ser absolvido no tribunal do crime, Gritzbach foi preso pelo DHPP. Ele foi levado por policiais envolvidos com o PCC, como Fábio Baena, Eduardo Monteiro e Marcelo Marques de Souza (Bombom), que celebraram a prisão. Esses agentes foram posteriormente presos, acusados de envolvimento com o crime organizado.
Gritzbach foi morto em novembro de 2024 na área de desembarque do terminal 2 do Aeroporto de Guarulhos. Entre os 12 denunciados, oito são policiais.