segunda-feira, julho 8, 2024
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Chechênia proíbe músicas muito lentas ou rápidas demais

As autoridades da República Russa da Chechênia anunciaram a proibição de músicas muito rápidas ou muito lentas. De acordo com a agência russa Tass, músicas que não estejam entre 80 e 116 BPM (batimentos por minuto) não vão ser reproduzidas.

O ministro da Cultura, Musa Dadayev, anunciou a decisão de limitar todas as composições musicais, vocais e coreográficas a um ritmo que varia de 80 a 116 batidas por minuto (bpm), em uma reunião na sexta-feira 5.

“Anunciei a decisão final, em acordo com o chefe da República Chechena Ramzan Akhmatovich Kadyrov, de que a partir de agora todas as obras musicais, vocais e coreográficas devem corresponder a um andamento de 80 a 116 batidas por minuto”, ressaltou Dadayev.

Segundo a diretiva de Kadyrov, a região russa quer garantir que as criações musicais e de dança chechenas se alinhem com a “mentalidade e ritmo musical checheno”. O objetivo é reforçar a “herança cultural” da nação, acrescentou Dadayev. Com a proibição, muitas músicas de estilos musicais, como pop e techno, serão banidas.

Relatos de intolerância na Chechênia

A Chechênia fica na região do norte do Cáucaso, entre o Mar Cáspio e o Mar Negro. É uma república quase inteiramente muçulmana, que inclui parte da fronteira da Rússia com a Geórgia.

Kadyrov é líder do local desde 2007 e usou seu tempo no cargo para reprimir dissidentes. Também houve relatos de ondas de violência contra homens gays.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, em uma reunião de trabalho com o Chefe da República Chechena, Ramzan Kadyrov, em 2023 | Foto: Divulgação/Kremlin
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, em uma reunião de trabalho com o Chefe da República Chechena, Ramzan Kadyrov, em 2023 | Foto: Divulgação/Kremlin

No início de 2017, peritos em direitos humanos da Oganização das Nações Unidas pediram às autoridades uma investigação sobre supostas alegações de que homens homossexuais se tornaram alvo de ataques. Além disso, a imprensa local relatou que alguns tinham sido assassinados, em razão de sua opção sexual.

Uma outra onda de perseguição a homossexuais surgiu em janeiro de 2019, quando ativistas afirmaram que dezenas de homens e mulheres foram detidos e pelo menos dois morreram sob custódia.

Em resposta, Kadyrov disse que não havia gays em sua república e que, se houvesse, deveriam ser retirados da região. O líder pró-Kremlin também subjugou o movimento separatista checheno que lutou pela independência da Rússia durante quase duas décadas.

Em julho de 2020, o Departamento de Estado dos Estados Unidos sancionou Kadyrov por seu “envolvimento em graves violações dos direitos humanos”.

Conforme a declaração do então secretário de Estado, Mike Pompeo, o departamento afirma ter provas sobre a responsabilidade de Kadyrov “por numerosas violações graves dos direitos humanos que remontam a mais de uma década, incluindo tortura e execuções extrajudiciais”.

Via Revista Oeste

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