quinta-feira, setembro 19, 2024
InícioCiência e tecnologiaChatGPT cria IA com empresa do Brasil para alunos deficientes

ChatGPT cria IA com empresa do Brasil para alunos deficientes

A Arco Educação, um dos maiores grupos educacionais do Brasil, firmou uma parceria com a OpenAI, criadora do ChatGPT. O objetivo, segundo apuração do jornal Folha de S.Paulo, é desenvolver uma ferramenta de inteligência artificial (IA) destinada a adaptar conteúdos escolares para estudantes com deficiência e transtornos de aprendizagem.

A colaboração, que será anunciada oficialmente em 16 de setembro, também inclui uma ferramenta que permite aos professores utilizar a IA para corrigir questões dissertativas e criar planos de aula personalizados.

O fundador e presidente da Arco Educação, Ari de Sá Cavalcante Neto, destacou à Folha que os sistemas de ensino da Arco estão presentes em 10 mil escolas brasileiras e atender cerca de 3 milhões de alunos.

As plataformas do grupo terão acesso às novas funcionalidades de IA a partir de 2025 — uma delas, a Geekie, já começou a utilizar a correção de questões dissertativas.

As ferramentas foram desenvolvidas com base em uma pesquisa realizada pela Arco com professores.

A principal demanda identificada foi a necessidade de adaptar conteúdos para alunos com deficiências e transtornos de aprendizagem, que somam 6 milhões no Brasil, representando 12,8% do total, segundo estudo da Equidade.info, ligada à Universidade de Stanford.

A adaptação por IA pode ser utilizada para estudantes com ou sem diagnóstico formal, desde que apresentem dificuldades observadas pelos professores.

Entenda como vai funcionar nova IA

Para que a IA adapte o conteúdo, o professor ou um profissional especializado deve inserir na plataforma um questionário de anamnese com 23 perguntas. As perguntas incluem se o estudante possui diagnóstico e qual é, se acompanha os conteúdos da série e se tem compreensão de leitura.

Além disso, pode-se incluir o Plano Educacional Individualizado (PEI), que detalha as habilidades e dificuldades do aluno e define diretrizes para a adaptação pedagógica necessária. O professor, então, seleciona o conteúdo a ser adaptado.

Em um exemplo mostrado à Folha, uma questão de biologia do Enem foi adaptada para um aluno com Transtorno do Espectro Autista nível dois, reduzindo o enunciado de 12 para três linhas e as alternativas de cinco para três, mantendo o objetivo da pergunta.

O uso da IA é opcional e deve ser validado pelo professor, explicou o presidente da Arco. “Vemos a tecnologia como uma forma de potencializar o professor, não de substituí-lo”, afirmou Sá Cavalcante Neto à reportagem.

Na versão aberta do ChatGPT, essas operações já são possíveis, mas a ideia é que dentro da plataforma o acesso seja mais fácil para o professor, com a IA já tendo acesso a dados sobre o conteúdo de cada série e o desempenho dos alunos.

A Arco também destaca que a plataforma oferece maior segurança de dados.

Todas as escolas que utilizam as plataformas da Arco são particulares. A empresa não possui contratos ou parcerias com redes públicas de ensino.

Via Revista Oeste

MAIS DO AUTOR

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui