quarta-feira, abril 9, 2025
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“Chaminés de sal” indicam áreas de risco no Mar Morto

Cientistas identificaram impressionantes “chaminés” de sal expelindo plumas de fluido cintilante no fundo do Mar Morto. Esses pilares submersos, que chegam a sete metros de altura, podem servir como indicadores de áreas suscetíveis a sumidouros, fenômeno comum na região e potencialmente perigoso.

Em um comunicado, Christian Siebert, hidroecologista do Centro Helmholtz de Pesquisa Ambiental, na Alemanha, disse que essas emissões são uma ferramenta promissora para prever o colapso de terrenos. “Até o momento, ninguém consegue determinar onde surgirão os próximos sumidouros”.

As chaminés de sal no fundo do Mar Morto podem chegar a sete metros de altura. Crédito: UFZ

Água subterrânea atravessa camadas de rocha e “explode” em pliares de sal

O Mar Morto, um lago salgado cercado por Jordânia, Israel e Cisjordânia, é conhecido por sua salinidade extrema, cerca de dez vezes maior que a dos oceanos. Nos últimos 50 anos, ele tem diminuído rapidamente devido à seca e à evaporação. Essa retração também reduziu o lençol freático, complicando o acesso a recursos hídricos subterrâneos na região.

Ao instigar essas reservas, Siebert e uma equipe de mergulhadores descobriram pilares brancos cintilantes, formados por sal cristalizado. As estruturas, que variam de um a sete metros de altura e até três metros de diâmetro, são alimentadas por água subterrânea que atravessa camadas de rocha salina no fundo do lago. 

Uma salmoura extremamente concentrada, menos densa do que a água do Mar Morto, faz com que a água subterrânea seja impulsionada para cima como um jato, criando uma aparência semelhante a fumaça. Crédito: UFZ

Esse processo cria um salmoura altamente concentrada, menos densa que a água do Mar Morto, o que faz com que ela suba em forma de jato, parecendo fumaça.

A interação entre a salmoura e a água do lago provoca a cristalização do sal, permitindo que as chaminés cresçam vários centímetros por dia. Esses pilares são considerados únicos no mundo, segundo Siebert.

Publicada na revista Science of The Total Environment, a pesquisa conduzida por Siebert diz que as chaminés estão frequentemente associadas a locais vulneráveis a sumidouros – fenômenos que ocorrem quando a dissolução do sal cria grandes cavidades subterrâneas, que eventualmente desmoronam. 

Caso a ligação seja confirmada, os jatos de sal poderão ser mapeados como um método eficiente para identificar áreas em risco iminente. “Essa seria a única abordagem disponível até agora para prever colapsos com alta precisão”, disse o cientista.

Via Olhar Digital

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