Morreu neste domingo (5), aos 85 anos, o ex-técnico César Luis Menotti, campeão do mundo com a Argentina em 1978. Atualmente, ele desempenhava a função de Diretor de Seleções Nacionais na Associação do Futebol Argentino (AFA).
A morte do treinador que levou a Albiceleste ao seu primeiro título mundial foi confirmada justamente pela AFA, que lamentou o falecimento de Menotti nas redes sociais.
“A Associação do Futebol Argentino lamenta informar com enorme tristeza o falecimento de César Luis Menotti, atual Diretor de Seleções Nacionais e ex-técnico campeão do mundo com a Argentina. Para sempre, Flaco querido!”, publicou a AFA.
#ProfundoDolor La Asociación del Fútbol Argentino lamenta informar con enorme tristeza el fallecimiento de César Luis Menotti, actual Director de Selecciones Nacionales y ex técnico Campeón del Mundo de @Argentina.
¡Hasta siempre, Flaco querido! pic.twitter.com/mKEPPUzo2l
— AFA (@afa) May 5, 2024
Antes de ser treinador, Menotti teve carreira como jogador. Meio-campista, foi revelado pelo Rosario Central e jogou também por Racing e Boca Juniors. Após passagem pelo New York Generals, dos Estados Unidos, defendeu Santos e Juventus-SP no futebol brasileiro antes de pendurar as chuteiras.
Como técnico, comandou várias equipes, com destaque para os trabalhos no Huracán, clube que levou ao título argentino em 1973, e no Barcelona, onde treinou Diego Armando Maradona e foi campeão da Copa do Rei, da Copa da Liga Espanhola e da Supercopa da Espanha.
Além do título em 1978, quando a Argentina foi sede da Copa do Mundo, Menotti foi campeão também do Mundial Sub-20 em 1979.
Defensor de um futebol que privilegiava a técnica e o talento, sua forma de enxergar o jogo rivalizava com a de Carlos Salvador Bilardo, técnico que o sucedeu e levou a Argentina ao bicampeonato mundial em 1986, de visão mais resultadista.
Bilardo considera como uma espécie de traição os comentários feitos por Menotti, depois de deixar o comando da seleção, de que a equipe nacional comandada por Bilardo renunciava às características históricas do futebol argentino. Um futebol, na visão de Menotti, forjado no toque de bola e no drible.
Por décadas, o “menottismo” e o “bilardismo” dividiram a Argentina. Técnicos de gerações mais novas que as deles, inclusive, acabaram se inclinando por uma ou outra corrente, mantendo acesa a rivalidade.
O último trabalho de César Luis Menotti como treinador foi em 2007, no Tecos, do México.
Neste domingo, no intervalo da final da Copa da Liga Argentina entre Vélez Sarsfield e Estudiantes, um minuto de silêncio foi respeitado no Estádio Único Madre de Ciudades, em Santiago del Estero. Torcedores dos dois clubes — incluindo os do Estudiantes, que têm Bilardo como ídolo — aplaudiram em homenagem a Menotti.