Aproximadamente 2 milhões de brasileiros se cadastraram na rede social Bluesky depois da suspensão do Twitter/X no Brasil. A plataforma criada por Jack Dorsey, ex-CEO do antigo Twitter, se tornou uma alternativa para os usuários da rede social.
Ao portal Poder360, o Bluesky informou que a base de usuários aumentou de 6,3 milhões para mais de 8,7 milhões na última semana. A rede afirma que há um “grande fluxo de brasileiros” se inscrevendo.
Como a plataforma não armazena dados de localização, não há uma contagem exata de usuários brasileiros. No entanto, estima-se que mais de 90% dos 2,4 milhões de novos usuários da semana passada sejam do Brasil.
“O número de novos usuários continua a crescer a cada minuto”, informou o Bluesky. “O fluxo brasileiro também está estabelecendo novos recordes de atividade na rede, como o número de seguidores e de curtidas””, informou o Bluesky”.
Bluesky não tem representante legal no Brasil
A rede social está em contato com advogados nos Estados Unidos e no Brasil para garantir a conformidade com a legislação brasileira. O Bluesky ainda não possui representante legal no país, justificativa usada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para suspender o Twitter/X no Brasil.
Para combater a “disseminação de fake news“, a rede social afirma que responde aos relatórios em dia.
Segundo o chefe de confiança e segurança do Bluesky, Aaron Rodericks, no caso de “violações graves”, como risco para locais de votação ou autoridades eleitorais, o Bluesky pode remover conteúdo ou contas.
Na maioria dos casos, a equipe analisa as reivindicações, comparando-as com informações de “fontes confiáveis” e “verificadores de fatos”, podendo rotular postagens como desinformação.
Suspensão do Twitter/X
A suspensão do Twitter/X no Brasil foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF. A decisão foi mais um capítulo na disputa entre Moraes e o bilionário Elon Musk, dono da plataforma.
Em 17 de agosto, o Twitter/X fechou seu escritório no país e demitiu todos os funcionários locais. Depois, em 28 de agosto, Moraes intimou Musk a nomear um representante legal no Brasil sob pena de tirar o X do ar.
Como a ordem não foi cumprida, Moraes determinou a suspensão. De acordo com Elon Musk, a representante legal anterior teve as contas bancadas congeladas e foi ameaçada de prisão.
A decisão do ministro foi tomada de forma individual. Na segunda-feira 2, a 1ª Turma do Supremo, presidida por Moraes, manteve a decisão por unanimidade. Com o fim do julgamento, o bloqueio da rede social continua no Brasil.
No mesmo dia, o partido Novo apresentou uma ação na Corte, alegando que a decisão de Moraes viola a liberdade de expressão. O relator da ação será o ministro Nunes Marques. Agora, Marques tem a possibilidade de suspender a decisão e permitir a retomada das atividades da rede social no país.