O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, se reuniu com Shou Zi Chew, CEO da rede social chinesa TikTok, em seu resort em Mar-a-Lago, na Flórida. A reunião ocorreu na última segunda-feira, 16, mesmo dia em que a plataforma pediu para que a Suprema Corte norte-americana bloqueie a lei que pode banir o aplicativo no país.
O TikTok deseja que a Suprema Corte considere primeiro seu recurso contra essa lei, que exigiria que sua proprietária chinesa, a ByteDance, vendesse o aplicativo até determinada data ou forçasse Google e Apple a deixarem de oferecer suporte ao TikTok em suas plataformas.
O pedido foi feito três dias depois de a Corte de Apelações dos Estados Unidos em Washington se recusar a adiar os efeitos de sua decisão que sustentava a lei. A regra é conhecida como “Lei para Proteger os Norte-Americanos de Aplicativos Controlados por Adversários Estrangeiros”.
A Corte citou preocupações de segurança nacional levantadas por congressistas republicanos. Naquele mesmo dia, antes da reunião, Trump disse a repórteres que “daria uma olhada” no TikTok e revelou ter “um carinho especial” pela plataforma, ao mencionar seu desempenho eleitoral entre os eleitores jovens.
Durante seu primeiro mandato na Casa Branca, Trump tentou banir o aplicativo. Na mais recente campanha eleitoral, declarou, no entanto, ser contra a lei aprovada pelo Congresso e sancionada pelo presidente democrata Joe Biden.
No pedido, os advogados do TikTok consideraram o projeto “uma restrição massiva e sem precedentes à liberdade de expressão”. A empresa ainda afirmou que há um “forte interesse público” para que a Suprema Corte dos EUA revise a decisão que confirmou a lei.
TikTok se manifesta contra lei
“A lei fechará uma das plataformas de expressão mais populares da América um dia antes de uma posse presidencial”, diz o documento. “Isso, por sua vez, silenciará a voz dos requerentes e de muitos norte-americanos que usam a plataforma para comunicar-se sobre política, comércio, artes e outros assuntos de interesse público.”
Em uma declaração publicada na rede social Twitter/X, o TikTok afirmou que a Suprema Corte “tem um histórico consolidado de proteger o direito dos norte-americanos à liberdade de expressão”. Além disso, a empresa pediu para que seja aplicado “o mais rigoroso escrutínio a proibições de discurso”, pois consideram que a lei viola a Primeira Emenda da Constituição norte-americana.
A mesma publicação destacou que estimativas sugerem que, caso o TikTok seja banido, pequenas empresas que utilizam o aplicativo perderão mais de US$ 1 bilhão em receita em apenas um mês. Nesse sentido, criadores de conteúdo perderão quase US$ 300 milhões em ganhos no mesmo período.