Cerca de um mês depois de ver a água tomar conta do espaço, o Instituto Caldeira vai reabrir, na próxima segunda-feira, 10. Nas últimas semanas, o centro de inovação liderou um esforço para entender os impactos e repercussões das enchentes nas startups, empresas e organizações associadas ao hub.
O Instituto Caldeira, uma organização sem fins lucrativos que promove atividades relacionadas à inovação e à tecnologia, também serviu como representação da enchente que arrasou Porto Alegre (RS) e boa parte do Estado.
Localizado no 4º Distrito, perto do Lago Guaíba, o instituto viu a água tomar todo seu espaço físico, que ficou embaixo da água.
O grupo liderou arrecadações de recursos para jovens integrantes do programa Geração Caldeira, um programa educacional com foco em inclusão produtiva. As casas e as famílias desses jovens foram fortemente impactadas pelas enchentes.
Os recursos são destinados por meio da Operação de Volta para Casa, iniciativa que mapeia quem precisa de suporte financeiro direto para reestruturar seus lares.
Medidas de recuperação do Instituto Caldeira
Inicialmente, serão usados apenas o segundo e o terceiro andares do prédio do Instituto Caldeira: o primeiro, bastante impactado pelas chuvas, foi reorganizado com um mutirão de limpeza no último domingo, 2, mas permanece em processo de restauração.
As 69 empresas residentes do primeiro andar da organização foram realocadas nos outros dois andares, onde 200 novas posições de trabalho temporárias serão abertas. O prejuízo estimado na estrutura do Caldeira foi de cerca de R$ 35 milhões.
“Estamos trabalhando com arquitetos, mudando a estrutura interna e o posicionamento das mesas e estações de trabalho, para podermos receber toda a comunidade Caldeira da melhor forma”, diz Pedro Valério, diretor-executivo do hub, à revista Exame. “Estamos unidos e trabalhando de maneira solidária para que o Caldeira saia fortalecido deste momento.”
Em uma parceria, o shopping DC Navegantes, localizado ao lado do instituto, vai liberar vagas de estacionamento, sem custos, para os membros da comunidade.
Startups em ação
A Be220, uma desenvolvedora de aplicativos para negócios que fica no Instituto Caldeira, por exemplo, desenvolveu um software que consegue puxar bancos de dados para saber quais são os donos de pets de Porto Alegre e ajudar no reencontro entre os animais e seus donos.
Já a startup Contato Seguro implantou um canal de denúncias para ajudar pessoas que estão em abrigos. São dois de centenas de exemplos de mobilização que acontecem em solo gaúcho.