Na esteira da indicação de Flávio Dino para o Supremo Tribunal Federal (STF), líderes do Centrão apostam que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tende a se apoiar cada vez mais em decisões da Corte para fazer avançar sua agenda de governo.
Dada a composição do tribunal e a boa relação de Lula com parte expressiva dos magistrados, parlamentares falam em “jogo casado”. E enxergam a necessidade de endurecer as negociações com o Planalto daqui para frente.
Fontes do Centrão ouvidas pela CNN lembram que o STF já teve impacto significativo na agenda legislativa nos últimos meses, ao pautar julgamentos polêmicos sobre temas relacionados à pauta do Congresso.
São citados exemplos como o marco temporal da demarcação de terras indígenas, a descriminalização do porte de drogas, a revisão da Lei das Estatais ou o pagamento de precatórios.
Com mais um indicado na Corte, diz um importante líder no Congresso, Lula ficaria em situação mais confortável.
A tese por trás desse raciocínio é que o próprio governo poderia até mesmo favorecer a judicialização, caso entre em confronto com o Congresso.
Flávio Dino passa por sabatina no Senado nesta quarta-feira. A expectativa, entretanto, é de que o indicado de Lula assuma a cadeira de Rosa Weber somente no início do ano que vem.
Na sabatina, Dino adotou um discurso de separação entre sua apuração na política e no Judiciário. Na prática, entretanto, Lula empenhou-se em escolher um ministro alinhado com bandeiras de sua gestão.
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