Em Assembleia Geral Extraordinária realizada nesta sexta-feira (8), na sede da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), no Rio de Janeiro, foi aprovada uma alteração no estatuto para permitir um terceiro mandato ao presidente da entidade.
O documento anterior previa apenas uma reeleição, para dois mandatos, e agora serão até duas reconduções. O ato já beneficia o atual mandatário, Ednaldo Rodrigues. Ele poderá ficar no cargo até 2034.
Essa possibilidade foi antecipada pela Itatiaia na segunda-feira (4).
A mudança foi estendida também para as federações estaduais e aprovada por unanimidade pelos 27 presidentes presentes na Assembleia. A reunião foi composta apenas pelas federações porque não é um evento com fim eleitoral, quando os clubes participam porque também votam.
Ednaldo Rodrigues, ex-chefe da Federação da Bahia, foi eleito presidente da CBF em 23 de março de 2022, para um mandato de quatro anos, até março de 2026. Só que ele já ocupava o cargo desde setembro de 2021, quando finalizou o ciclo anterior, de Rogério Caboclo, afastado após denúncias de assédios moral e sexual.
A possibilidade de uma segunda reeleição, dá segurança jurídica a Ednaldo de que ele poderá participar da eleição em 2026, por mais um mandato de quatro anos, até 2030.
Havia um receio entre aliados do mandatário de que sua candidatura pudesse ser judicializada se houvesse entendimento que sua eleição em 2022 já deveria ser considerada uma reeleição, já que ele presidia a entidade desde setembro de 2021.
Outra possibilidade de inclusão na reforma não foi para frente: a criação de cláusula de barreira impedindo presidentes de clubes e federações que não se descompatibilizarem, ou seja, renunciarem aos seus cargos um ano antes da eleição, de concorrerem à presidência da CBF. Isso dificultaria a formação de chapas de oposição.
Tramita no STF (Supremo Tribunal Federal) se o afastamento de Ednaldo Rodrigues da presidência da CBF, definido em 7 de dezembro de 2023 pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, é válido. Se for confirmado, nova eleição deve ser marcada. Caso contrário, Ednaldo cumprirá normalmente seu mandato até março de 2026.
Em 4 de janeiro de 2024, o ministro Gilmar Mendes deferiu uma liminar pelo retorno de Ednaldo Rodrigues à presidência da CBF, até que o caso fosse analisado pelo plenário. O processo já foi pautado algumas vezes, a última vez em 9 de outubro, mas todas as vezes teve a decisão adiada.