Uma caverna em Somerset, na Inglaterra, pode guardar segredos do passado pré-histórico do homem. No local, formado há cerca de 500 mil anos e palco de impressionantes formações rochosas, fica o maior rio subterrâneo da Grã-Bretanha. E foi ali também que pesquisadores encontraram evidências de habitação humana de cerca de 14.700 anos, inclusive com sinais da prática de canibalismo.
Leia mais
Dentro da caverna de Gough, arqueólogos encontraram restos mortais de várias pessoas, incluindo dois adolescentes e uma criança de cerca de três anos de idade. Os esqueletos indicam fortes evidências de canibalismo:
- Os ossos (inclusive de costelas) parecem ter sido mastigados por humanos;
- Alguns ainda apresentam marcas de corte onde a carne foi removida;
- Além disso, os pesquisadores localizaram crânios esvaziados que podem ter servido como copos ou tigelas para os habitantes do passado.
O que mais intrigou a equipe, no entanto, foi a total ausência de sinais de violência nos mortos. As informações são da IFLScience.
Canibalismo pode ter significado oculto
De acordo com os pesquisadores, existem duas possíveis explicações para este mistério. A primeira é que este é um exemplo claro do canibalismo típico, motivado por necessidade de sobrevivência (os indivíduos encontrados na caverna teriam morrido durante a última Era do Gelo). O problema desta teoria é que diversos restos de animais foram encontrados no mesmo local, indicando que existia alimento ali.
A outra possibilidade ganha força a partir da análise dos crânios transformados em recipientes de bebida. Essa, de fato, não é uma prática rara (sendo utilizada pelos vikings), mas as descobertas na caverna são um dos exemplos mais antigos desse tipo de comportamento.
Os pesquisadores acreditam que os materiais eram parte de um ritual canibal com um significado ainda desconhecido. Independentemente do que tenha de fato acontecido, as descobertas podem servir para entendermos melhor sobre os primórdios da vida humana.