sexta-feira, novembro 22, 2024
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Cascas de ovo podem revolucionar produção de carros elétricos

Um estudo conduzido por pesquisadores do Trinity College, da Universidade de Dublin, revelou um processo simples para facilitar a extração de Elementos Terras Raras (ETRs) utilizando cascas de ovo. Os ETRs são essenciais para a produção de carros híbridos e elétricos e outras tecnologias de energia verde.

O custo dos carros elétricos ainda é uma barreira para a popularização dessa tecnologia. Imagem: Southworks/Shutterstock

Entenda:

  • Cientistas de Dublin desenvolveram um novo método para extrair terras raras usando cascas de ovos de galinha;
  • As terras raras são essenciais para a produção de veículos híbridos e elétricos e outras tecnologias de energia verde;
  • A técnica usa uma solução de terras raras misturada a resíduos de cascas de ovo e aquecida a diferentes temperaturas durante cerca de três meses;
  • Ao fim do período, a concentração das terras raras havia crescido, espalhando-se pela superfície das cascas;
  • O estudo foi publicado na ACS Omega.
Cascas de ovos de galinha facilitam a extração de terras raras. (Imagem: Phawat/Shutterstock)

Apesar do nome, os ETRs não são exatamente raros, mas costumam ser encontrados em concentrações baixíssimas e combinados a outros minérios. O processo de extração é muito complicado e caro, além de gerar um grande volume de resíduos e consumir muita água e energia.

No estudo, resíduos de cascas de ovos de galinha foram misturados a uma solução de terras raras e aquecidos entre 25 °C e 205 °C por cerca de três meses. A equipe de Dublin percebeu que, ao fim do período, os ETRs haviam se espalhado pelas cascas dos ovos, estendendo-se pelo carbonato de cálcio (calcita) e pela matriz orgânica.

Imagem composta usando microscopia e espectroscopia de alta resolução mostrando os processos de absorção e substituição de elementos de terras raras na casca do ovo. Imagem: Trinity College Dublin

Os resultados variaram de acordo com as temperaturas do experimento: a 90 °C, neodímio (Nd) formou-se na superfície da calcita em dissolução. A 165 °C e 205 °C, a calcita se dissolveu totalmente, e a 205 °C o neodímio foi substituído pela bastnasita, normalmente usada na extração de ETRs para aplicações tecnológicas.

Em comunicado, a equipe explica que o novo método pode ajudar a suprir a demanda de terras raras com um custo menor e de forma mais sustentável. “Ao transformar resíduos de casca de ovo num recurso valioso para a recuperação de terras raras, abordamos preocupações ambientais críticas associadas aos métodos de extração tradicionais e contribuímos para o desenvolvimento de tecnologias mais verdes”, diz Juan Diego Rodriguez-Blanco, investigador principal do estudo.

Via Olhar Digital

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